A prisão preventiva de Milton Ribeiro repercutiu na base do governo logo pela manhã. Alguns parlamentares do Centrão já demonstram ceticismo sobre sua eventual reeleição diante das notícias desfavoráveis à gestão Bolsonaro.

Um parlamentar do PP disse, em caráter reservado, ao site que a decisão da Polícia Federal, mesmo preventiva, sinaliza para o eleitor que governo Bolsonaro “não é santo”.

“Ele [Jair Bolsonaro] disse em um live que colocava a mão no fogo por Milton [Ribeiro]. Agora, lava as mãos. A primeira-dama disse que amava o ministro. Isso será usado contra ele na campanha também. É mais munição contrária”, disse.

“Tem gravação de Bolsonaro falando para Milton receber os pastores. Isso complica ainda mais. Não sei o que será feito a longo prazo. Vamos aguardar”, destacou.

Em entrevista à rádio Itatiaia, Jair Bolsonaro foi questionado sobre a prisão de Milton Ribeiro e do pastor Arilton Moura. Segundo ele, o ex-ministro teria tido uma “conversa informal demais com pessoas da confiança dele” e que a atual operação “é sinal de que a PF está agindo”.

“Mantemos em cada ministério um sistema de compliance. É corrupção zero. Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal de que a PF está agindo, que ele responda pelos atos dele. É um sinal de que eu não interfiro na PF. Vai respingar em mim, obviamente. Se alguém faz algo de errado, vai botar a culpa em mim? 20 mil pessoas? Logicamente, minha responsabilidade é afastar e colaborar com a investigação.”