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    porto velho, domingo 13 de julho de 2025

Após quatro anos como deputado, André Janones tentará Presidência em 2022

Convenção nacional do partido em Belo Horizonte oficializará candidatura do parlamentar, terceiro deputado mais votado em Minas e quarto colocado em pesquisas de presidente.


G1

Publicada em: 23/07/2022 09:21:25 - Atualizado


BRASIL - Quarto colocado na mais recente pesquisa de intenção de voto do instituto Datafolha, o deputado de primeiro mandato André Janones (MG) será sacramentado neste sábado como candidato a presidente da República pelo Avante (ex- PT do B; a sigla mudou de nome em 2017).

A convenção nacional do Avante está marcada para a manhã deste sábado no ginásio Minascentro, em Belo Horizonte.

André Janones se elegeu em 2018 como o terceiro deputado mais votado em Minas Gerais com 178 mil votos, atrás somente de Marcelo Alvaro Antonio (PL) e Reginaldo Lopes (PT) e à frente de figuras nacionais como Aécio Neves, ex-presidenciável do PSDB.

A ascensão política de Janones teve como base a projeção que ganhou em redes sociais com transmissões ao vivo durante a greve dos caminhoneiros em 2018, movimento do qual chegou a ser porta-voz e depois se afastou.

Mesmo como deputado de primeiro mandato, Janones se lançou em 2021 como candidato a presidente da Câmara. Mas obteve somente três votos, atrás de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente, Baleia Rossi (MDB-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG), Luiza Erundina (PSOL-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

André Janones nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais. O primeiro emprego foi como cobrador de ônibus. Anos depois, se formou em direito e, em 2009, fundou o movimento chamado “Por amor a Ituiutaba”, que auxiliava juridicamente cidadãos da região.

Em 2016, se candidatou a prefeito de Ituiutaba pelo PSC, mas perdeu a eleição. Dois anos depois, ganhou projeção nas redes sociais ao realizar transmissões ao vivo durante a greve dos caminhoneiros em maio de 2018.

Antes de chegar ao Avante em 2018, Janones passou por quatro partidos, segundo certidão de filiação no TSE. Ele passou por PT (2003-2015), PSC (2015-2018) e Democracia Cristã (por uma semana em 2018).

Desse histórico partidário, André Janones reserva críticas ao passado petista. O deputado afirma ter encontrado fora do PT um ambiente "sem pressões ideológicas".

Para ele, o partido abandonou bandeiras, como a defesa das minorias, que o levaram a se filiar. “O PT esquece isso e começa a caminhar junto com os banqueiros, começa a caminhar junto com o sistema financeiro e, nesse momento, há esse rompimento ideológico meu”, disse, em entrevista ao podcast O Assunto, do g1.

Evangélico, ele se apresenta como um candidato “nem de esquerda nem de direita”. Em material divulgado durante a pré-campanha, defende a necessidade de se “fugir do debate ideológico” na eleição deste ano.

“Acho que está na hora de a classe política brasileira aprender com o brasileiro, com aquilo que realmente pode mudar a nossa vida”, diz, em um dos vídeos divulgados pela campanha.

Embora rejeite o rótulo de "terceira via", o deputado diz ainda ver um “caminho” para se evitar uma “eleição do ódio”, na qual os dois principais rivais são Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na convenção nacional deste sábado (23), além de confirmar a candidatura de Janones, os filiados do Avante aprovarão a lista de candidatos mineiros a deputado federal e estadual e uma coligação com o governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição no governo de Minas Gerais.

O calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prevê o período entre 20 de julho e 5 de agosto para a realização das convenções nacionais. Ao final das reuniões, as siglas estão aptas a registrar a candidatura no TSE – último passo para a oficialização do candidato, que se encerra em 15 de agosto.

Renata Lo Prete entrevista André Janones, pré-candidato do Avante

O Avante ainda busca apoio de outras siglas à candidatura de Janones. O deputado e dirigentes do partido têm negociado a participação do Agir (ex-Partido Trabalhista Cristão) e do Patriota em uma eventual coligação.

O partido aguarda o resultado dessas negociações para definir o candidato a vice. A intenção é esperar até o prazo-limite de registro das candidaturas (15 de agosto) para tomar uma decisão.

O presidente do Patriota, Ovasco Resende, afirmou que a tendência é não apoiar nenhum candidato a presidente da República. Segundo ele, a sigla deve adotar posicionamento de neutralidade.


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