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porto velho, segunda-feira 7 de julho de 2025
Jair Bolsonaro atacou algumas das articulações ensaiadas pela campanha de Lula nesta semana — inclusive o aceno do petista a Henrique Meirelles, visto como uma declaração de namoro com o mercado financeiro.
“Lula não apresenta plano porque já negociou ministérios, estatais e bancos em troca de apoio. Esse modelo promíscuo resulta num governo que trabalha por interesses estranhos e não pelos da nação”, escreveu o presidente em seu Twitter nesta quinta-feira (22). “Não dá pra assumir compromissos com o povo se já está comprometido com maracutaia!”.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, defendeu que Bolsonaro fugiu de escolhas fisiológicas na formação de seu governo (sendo o próprio ministro ligado ao Centrão e considerado uma figura central na sustentação do Congresso ao governo Bolsonaro).
“É muito diferente —ou vocês acharam que as estatais passaram a dar lucro por passe de mágica?” questionou. “Foi por conta disso, dessa blindagem das políticas que não se tem mais escândalos nas estatais.”
Pouco depois, ele se contradisse em termos: “O meu partido recebia os ministérios no governo do PT de porteira fechada. Fazia as indicações da forma que queria: era vice-presidência de Caixa Econômica, Banco do Brasil, estatais como a Petrobras, e é por isso que esses escândalos aconteciam”, continuou.
Ciro Nogueira, que apoiava o PT nessa época, agora afirma que seu partido errou na condução dos ministérios. O ministro disse ainda que quem imagina que Bolsonaro vá fazer acordos desse tipo deve perder a “esperança”.