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porto velho, quinta-feira 27 de fevereiro de 2025
BRASIL: Hormônios podem ser uma opção terapêutica para prevenir sinais de envelhecimento, como rugas e cabelos grisalhos, segundo um novo estudo publicado na revista Endocrine Reviews. A pesquisa analisa uma nova classe hormonal e suas propriedade antienvelhecimento, além dos retinoides tópicos e estrogênio, tipicamente usados para os efeitos adversos da menopausa e que também fazem parte do arsenal rejuvenescedor.
"Nosso artigo destaca os principais participantes hormonais que orquestram os caminhos do envelhecimento da pele, como a degradação do tecido conjuntivo (levando ao enrugamento), sobrevivência de células-tronco e perda de pigmento (levando ao envelhecimento dos cabelos)", disse o autor principal, Markus Böhm, da Universidade de Münster, na Alemanha. "Alguns dos hormônios que estudamos têm propriedades antienvelhecimento e podem ser usados no futuro como agentes para prevenir o envelhecimento da pele."
A pele é o maior órgão e sofre envelhecimento intrínseco (cronológico) e extrínseco, causado por fatores ambientais, como a exposição ao Sol. "A pele não é apenas um alvo para vários hormônios que controlam as vias do envelhecimento da pele, mas ela própria é certamente o maior e mais rico local para a produção de hormônios, além das glândulas endócrinas clássicas", disse Böhm.
Para entender melhor a conexão entre hormônios e envelhecimento da pele, os pesquisadores estudaram os principais hormônios que controlam o envelhecimento do órgão incluindo o fator de crescimento semelhante à insulina 1, hormônio do crescimento, estrogênios, retinoides e melatonina. Esse último é especialmente interessante como uma substância potencial antienvelhecimento, pois é uma molécula pequena, barata, bem tolerada e um antioxidante direto e indireto, bem como um regulador do metabolismo mitocondrial. "Alguns dos hormônios estudados, além disso, têm efeitos biológicos surpreendentes e inesperados na função da pele e no envelhecimento do cabelo, destacados por síndromes de deficiência genética distintas", diz o artigo.
No texto, os autores também revisaram estudos sobre agentes endócrinos adicionais, incluindo o hormônio estimulante de melanócitos (responsável pela pigmentação da pele), membros do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, ocitocina, endocanabinoides (encontrados em produtos de CBD) e moduladores de receptores ativados por proliferadores de peroxissomo. Eles descobriram que essas substâncias têm efeitos muito promissores, por exemplo, no estresse induzido pelos raios solares UV. "Mais pesquisas sobre esses hormônios podem oferecer oportunidades para desenvolver novas terapêuticas para tratar e prevenir o envelhecimento da pele", conclui Böhm.