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porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
BRASIL: Motoristas de aplicativo iniciaram nesta segunda-feira (15) um protesto por melhorias na remuneração pelas corridas em várias regiões do país. As paralisações eram registradas em pelo menos seis estados até às 11h (veja mais abaixo).
A classe reivindica que o motorista embolse pelo menos R$ 10 para cada corrida aceita e que, para cada quilômetro rodado, o profissional ganhe R$ 2.
Luiz Carlos Correia de Albuquerque, presidente do Sindmobi — sindicato que representa esses profissionais —, afirmou que em muitas corridas o motorista não recebe nem sequer a metade do que o passageiro paga.
“As empresas têm descontado até 60% das corridas. Já não aguentamos mais”, disse.
Além disso, reivindicações como a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motoristas e mais segurança para a categoria também estão entre os pedidos feitos pela categoria.
“Essa manifestação vai continuar, não vai parar por aqui. Colamos adesivos em vários carros e estamos fazendo uma conscientização com os motoristas para não aceitarem corridas inferiores a R$ 10”, acrescentou Albuquerque.
No Rio de Janeiro, os condutores saíram em carreata do Aeroporto Santos Dumont com destino ao escritório da Uber, na Avenida Presidente Vargas, no Centro.
Abel de Oliveira Moreira, condutor cadastrado no aplicatibo, reclamou que os valores pagos à classe não são corrigidos. “Tudo aumenta, até a vida do motorista, e a Uber continua abaixando. A gente quer só o que é justo.”
Já Denis Moura pediu “uma tarifa mais justa”.
“A gente não aguenta mais essa condição oprimida de ter uma tarifa mínima que custa o valor de um litro de gasolina. O motorista de aplicativo passa muita dificuldade financeira. Desde que entraram no Brasil, essas empresas nunca deram reajuste para o motorista. Só aumentaram para o passageiro”, detalhou.
Em Campinas (SP), motoristas se reuniram em protesto na Avenida Orosimbo Maia, na região central da cidade, nesta segunda-feira (15).
Entre as reivindicações há a tarifa mínima de R$ 10 e diminuição do desconto feito pela plataforma sobre os valores obtidos em viagens, que chega a 40%.
Em Teresina, no Piauí, motoristas fizeram bloqueios parciais em algumas avenidas da capital. Por lá, os condutores informaram ao g1 que o protesto segue até o meio-dia, quando vão em carreata até a Prefeitura de Teresina, e em seguida ao Palácio de Karnak, sede do governo estadual.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte por Aplicativos do Piauí (Sindmapi), os bloqueios são parciais, e não impedem o trânsito.
No Mato Grosso do Sul, a indicação do presidente da Associação de Parceiros de Aplicativos de Transportes de Passageiros e Motoristas Autônomos de Mato Grosso do Sul (Applic-MS), Paulo Pinheiro, é que as manifestações não seguirão um modelo padrão, mas todos os trabalhadores devem aderir de alguma forma.
“O pessoal está fazendo a paralisação da maneira que acha conveniente, de uma forma que acredita que vai atingir as plataformas. Uns não saíram de casa, outros estão andando devagar e com o app desligado, outros estão parados pelas ruas. A ideia é que as plataformas sintam reflexos”, explicou Paulo.
Em Florianópolis (SC), a ação teve início por volta das 8h30, com a concentração dos veículos no Trapiche da Beira-Mar Norte, na orla da capital, segundo informações da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Santa Catarina.
Depois, os participantes foram até a sede de uma empresa de aplicativo e terminaram o trajeto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Segundo manifestantes, entre as reinvindicações está o preço mínimo de R$ 10 para cada corrida e do valor mínimo de R$ 2 por quilômetro. O número de motoristas que participam do ato não foi divulgado.