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porto velho, sábado 9 de novembro de 2024
Os cintos estão apertados no máximo. Nesta quinta, numa reunião com toda a sua equipe principal – de secretários a diretores de departamentos – Daniel Pereira deu a ordem: zero de gastos, além do estritamente necessário, até segunda ordem. Há vários problemas que devem ser levados em conta, incluindo a situação financeira do Estado, que não é nem perto de folgada, como se divulgou anteriormente. Mas, o motivo principal, foi uma brusca queda na arrecadação, causada pela greve dos caminhoneiros. Num cálculo ainda não definitivo, porque o prejuízo pode ainda ser maior, deixaram de entrar nos cofres estaduais, em função deste sério problema, pelo menos 100 milhões de reais. A equipe da área econômica ilustrou a situação com uma linguagem de fácil compreensão. Durante a paralisação e nos dias em que os postos não tinham combustíveis, o não abastecimento representava zero de ingresso de tributos ao Estado. Numa conta bem acessível: se 10 mil veículos entre carros, caminhões, motos, ônibus, etc...) deixaram de gastar uma média de 40 reais num só dia, por não ter gasolina, álcool ou óleo diesel, apenas para exemplificar, os postos não faturaram 400 mil reais, só nesse dia. Apenas nesse exemplo simplório, para fins de compreensão, o Estado teria deixado de arrecadar algo próximo a 80 mil reais, tomando-se como base uma média de 20 por cento de tributos, já que para o óleo diesel a alíquota é de 17 por cento e para os demais combustíveis, chega a 22 por cento. Colocando-se números mais próximos da realidade: no Estado existem mais de 900 mil veículos. Se apenas metades deles deixasse de gastar a média do valor aleatório de 40 reais (450.000 x 40),o faturamento que não seria registrado, chegaria a 18 milhões de reais num dia. A perda seria, em impostos não arrecadados e apenas em 24 horas, de cerca de 3 milhões e 600 mil. Claro que os números são hipotéticos, mas com essa equação sem qualquer complexidade, fica fácil entender o quadro. Como vários outros setores foram afetados, some-se todas as perdas e se compreenderá que o caixa ficou com menos de 100 milhões só na área dos combustíveis, talvez até mais: algo que pode chegar a 130 milhões de reais, quando todas as contas forem fechadas.
Há muita boataria, conversa fiada e palpiteiros falando bobagens. Mas a verdade é que a crise dos caminhoneiros, que afetou todo o país, também foi extremamente danosa para os cofres rondonienses. Daniel Pereira teve o azar de pegar uma situação como essa. Por isso está agindo com dureza e agindo bem, para que o Governo consiga cumprir todos os seus compromissos, que são imensos e que, mais à frente, se não houver esse rígido controle, poderia sim afetar os pagamentos no futuro, mesmo que se recupere a arrecadação. Cinturinha de pilão para os gastos do Governo. Qualquer tostão poupado, servirá para ajudar a recuperar as graves perdas da paralisação do transporte da produção nacional, que só começou a ser normalizada quase 20 dias depois do 18 de maio, quando a greve começou...
SEIS TÊM CHANCES REAIS
Confúcio Moura, Valdir Raupp, Jesualdo Pires, Marcos Rogério, Aluízio Vidal, Fátima Cleide, Carlos Magno, Bosco da Federal, o advogado Caetano Neto, João Cipriano Nascimento: esses dez nomes já fazem parte da relação de candidatos às duas vagas ao Senado. Nem todos serão confirmados nas convenções de seus partidos, mas a tendência que é a relação aumente mais, ao invés de diminuir. Destes, ao menos seis têm possibilidades reais de chegar lá. Os outros, representantes de partidos menores ou nanicos, estão na disputa mais para ocuparem espaços na política e se tornarem mais conhecidos, para tentarem futuros voos. Confúcio, Raupp, Jesualdo é o trio que sai à frente, até por já estar na estrada há mais tempo. Marcos Rogério vem com a força de um nome que está consolidado em todas as regiões do Estado. Fátima Cleide chega com o aval do fiel eleitorado do PT, e, embora ele tenha diminuído muito, ainda é um percentual respeitável. Aluízio Vidal tem votos de sobra na Capital e votos de menos no interior. Por isso, suas chances não são maiores. E Carlos Magno, se vier mesmo, vem com o aval de Cassol e a turma de Expedito, o que não é pouco. Será uma disputa extremamente acirrada ao Senado, neste outubro que se aproxima.
ACABOU A GRANA DA CUT
A desestabilização da República Sindicalista, com o fim do imposto sindical obrigatório, aquele mesmo que sustentava mais de 16 mil sindicatos podres país afora (África do Sul e Estados Unidos, na segunda posição no número de sindicatos, tem 191 cada), chegou na maior organização classista do país. Durante três décadas, mas, principalmente, nas últimas duas, apenas uma extensão dos interesses do Partido dos Trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, está indo para o buraco. Acabou a grana, que jorrava em profusão, para fazer campanhas, para defender os governos de Lula e Dilma, para viver em função do político-partidarismo. Uma das primeiras provas concretas disso é que a CUT está negociando a venda da sua sede em São Paulo, por nada menos do que 40 milhões de reais. O comprador? A igreja comandada pelo “pastor” Valdemiro Santiago. O negócio está prestes a ser fechado, com pagamento da metade da grana à vista e a outra metade em suaves prestações. A partir do momento que o dinheirinho suado de milhões de trabalhadores parou de sustentar o braço mais forte do PT, o do sindicalismo, as coisas começaram a mudar radicalmente. A CUT em breve estará respirando por aparelhos, porque não mais será sustentada à força, pelo suor alheio.
TCE MANDA E DER EXONERA
Um acordo do Governo com o Tribunal de Contas do Estado, acabou com 77 cargos comissionados no DER. O órgão tinha nada menos do que 433 ocupantes de funções, recebendo os famosos CDs. Pelo menos 77 contratados, estavam ocupando cargos que são exclusivamente de servidores efetivos e todos foram exonerados, dentro do contexto do acordo. Hoje, o DER tem 356 cargos em comissão, todos regidos pela legislação atual e com o aval do TCE-RO. Havia uma boataria de que o governador Daniel Pereira tinha determinado a demissão de dezenas de servidores do órgão, o que não é verdade.O Governo apenas cumpriu determinação do Tribunal de Contas, ajustando sua equipe para que não houvesse mais desvios de função. A decisão foi tomada ainda quando Confúcio Moura era governador, mas só resolvida mais recentemente, já com Daniel no comando. Não houve mais como manter a situação como estava. Mas o órgão está mesmo com algumas dificuldades. Por exemplo: existem máquinas e caminhões parados, por falta de motoristas. Um empresário porto velhense, que acompanhava uma obra do órgão na Capital, comentou que testemunhou os equipamentos estacionados e foi informado de que faltam servidores especializados para colocarem as máquinas e caminhões para funcionar.
OUTRA VERGONHA NACIONAL
Num triste evento, único na nossa história, mais um daqueles que enchem de vergonha toda a Nação brasileira, a Justiça manda afastar um ministro do seu cargo, proibindo-o de entrar no prédio do Ministério que ele comanda e, mais que isso, não pode sequer conversar com seus agora ex subalternos. Uma vergonha inominável. O agora ex ministro Helton Yomkura foi afastado em nova fase da Operação Registro Espúrio, que investiga as canalhices ocorridas dentro do Ministério do Trabalho, para dar registros a sindicatos fajutos. O custo de uma carta sindical variava entre 200 mil e 4 milhões de reais. Tudo propina. Tudo sacanagem. Segundo a denúncia da Polícia Federal, o papel de Yomura era abrir as portas do seu Ministério, agindo como testa de ferro da deputada federal Cristiane Brasil e do pai dela, Roberto Jeferson, ambos “donos” do PTB, partido que manda e desmanda no Ministério. A própria Cristiane seria ministra. Foi escolhida por Temer, mas não assumiu graças a decisões judiciais. A podridão e a corrupção na política brasileira parecem mesmo não ter cura!
OS PETISTAS AINDA SONHAM
O Partido dos Trabalhadores espera contar ainda com a parte mais fiel do seu eleitorado, para tentar alguma coisa positiva nas eleições de outubro. Dos vários nomes que o partido está anunciando, o que mais têm chances reais de ser eleito (no caso, reeleito), é o deputado Lazinho da Fetagro, cuja base principal é Jaru. Há uma nominata de pelo menos oito candidatos à Câmara Federal e uma dezena à Assembleia Legislativa. Para a disputa federal, o partido também confirmou o nome de Fátima Cleide como seu candidata ao Senado. Fátima, que em sua passagem anterior pelo Senado teve um bom mandato (foi dela o projeto da transposição dos servidores para o quadro federal, só para citar um exemplo) sabe que os petistas vão direcionar toda a sua força para tentar elegê-la mais uma vez. Para a Câmara Federal, o nome mais conhecido é o do ex prefeito de Alto Alegre e ex deputado federal Padre Ton, que na última eleição estadual, quando disputou o Governo, ficou na quinta posição. Vão concorrer ainda Alessandra Luna, de Ji-Paraná; Ramon Cujuí, de Porto Velho e a ex vereadora e ex secretária de educação no governo de Roberto Sobrinho, Fátima Ferreira, a Fatinha.
MAIS NOMES DO PARTIDO
O PT já lançou o jornalista Paulo Benito como seu candidato ao Governo, mas ele só será mantido na disputa, se o partido não conseguir alianças com outros partidos, que estejam alinhados com o nome de Fátima Cleide ao Senado. As conversações estão em andamento. Em termos de candidaturas estaduais, os nomes para a Assembleia com alguma chance são, obviamente, Lazinho da Fetagro; Manoelzinho do Sintero; Tauis Benito, que representa o Coletivo das Mulheres do partido e Gervano do PT, que já foi vereador em Cacoal. Na última eleição, o PT fez dois deputados estaduais (Lazinho e Ribamar Araújo, que posteriormente trocou de legenda) e nenhum federal. O único nome que chegou perto foi Anselmo de Jesus, a quem faltaram menos de dois mil votos, para atingir o quociente necessário. Anselmo não disputa dessa vez. Já em relação ao Sintero, seu ex presidente Manoelzinho está tentando unir a categoria dos professores em torno do seu nome. Há quase 15 anos o Sintero não elege ninguém. O último foi o sindicalista Irineu Klosinski.
PERGUNTINHA
Na tarde desta sexta, vamos começar uma festa que só para na semana que vem, com a vitória do Brasil e a ida para a fase final da Copa ou vamos maldizer mais uma desclassificação na reta final?