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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
O empresário brasileiro Arthur Soares Filho, envolvido num escândalo de corrupção nos Jogos Olímpicos de 2016, confirmou o pagamento de subornos para delegados africanos escolherem o Rio de Janeiro para receber o evento, noticiou hoje o jornal O Globo.
A matéria ainda revelou que o empresário confessou o pagamento de subornos num acordo de colaboração premiada (confissão da prática de um crime em troca da redução da pena) que corre na justiça norte-americana.
Com mandado de prisão em aberto no Brasil, desde 2017, o empresário conhecido como 'rei Arthur' foi detido na sexta-feira em Miami, ao tentar renovar o seu passaporte.
Arthur Soares estava foragido desde 2017 e constava da lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
A detenção em território norte-americano, realizada pelo Departamento de Imigração dos Estados Unidos da América (EUA), aconteceu porque, além de o seu nome constar na lista de procurados da Interpol, faltavam também a Arthur Soares documentos para a renovação do visto.
Contudo, a defesa do empresário acabou entregando todos os documentos exigidos para a renovação do visto e o Departamento de Imigração dos Estados Unidos acabou por libertá-lo.
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral afirmou em julho, em tribunal, que comprou, por dois milhões de dólares (1,81 milhões de euros), votos para levar os Jogos Olímpicos para o estado.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, o ex-governador declarou que comprou votos de delegados do Comitê Olímpico Internacional em 2009, para garantir que o seu estado fosse sede da competição olímpica de 2016.
O interrogatório foi um pedido da defesa do ex-governador, que pretende colaborar com as investigações da Operação Unfairplay, mais uma dentro da Operação Lava Jato.
A Operação UnfairPlay está a cargo da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal, que investiga a compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica, no âmbito da qual foi detido, no dia 05 de outubro de 2017, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman.
Neste processo, além de Cabral, também Nuzman e o empresário Arthur Soares Filho foram acusados de corrupção devido à suspeita de compra de votos.
Durante os dois mandatos de Cabral à frente do Governo do Rio de Janeiro, Arthur Soares chegou a ter três mil milhões de reais (675 milhões de euros) em contratos com aquele executivo estadual.