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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
A arquiteta responsável pelo projeto ofereceu duas alternativas para desfazer o quarto da filha: a desmontagem e devolução do dinheiro ou a desmontagem e a remodelagem para quando a família desejasse. Isso, sem cobrar nada. Renata optou pela retirada e devolução dos móveis.
"Abrir a porta (do quarto) e sentir aquele cheiro me desmontou inteira. Segurei o choro no fundo da garganta. Um dos moços que veio foi o mesmo que montou tudo pra mim. E eu vi neles uma tristeza de estarem fazendo isso. Eles foram a gentileza em pessoa", disse. "No meio desse mundo frio, duro e egoísta, vejo cores e bondade e amor", completou.
Em entrevista ao UOL, Luciana Raunaimer, criadora da Ameise Design, informou que não há uma política expressa da empresa para casos como esse, mas que o auxílio no período pós-venda é oferecido.
"É o mínimo que a gente pode fazer, não é nada extraordinário. Pra gente é normal: se não tem um bebê, o que você vai fazer com o berço? Quer devolver, quer guardar, como a gente pode te ajudar? A perda é muito dolorosa e, além de tudo, ter que pensar 'como que eu vou desmontar esse berço', 'onde que eu vou guardar' já é demais", afirma.
Como cada família lida com o luto de forma diferente, a loja não aborda os clientes de forma direta. "A gente só faz isso também se existe uma abertura, se alguém nos aciona. Não vamos ligar para cliente para falar 'oi, tudo bem? Quer desmontar seu quarto?'. A gente toma muito cuidado, porque é uma fase muito sensível. Não consigo nem imaginar o que é perder um filho", diz.
Apesar da loja não ter divulgado a medida "humana", seguidores enaltecem a atitude da loja nos últimos posts da empresa no Facebook, com comentários positivos e 'parabéns'.
"Estamos muito felizes pelo reconhecimento, mas, ao mesmo tempo, é uma situação super delicada. A gente não se sente confortável de divulgar (a história na página)", afirmou Luciana.