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porto velho, sábado 30 de novembro de 2024
Pelo menos dez pessoas morreram durante uma operação policial no Complexo do Alemão, na zona norte carioca, na sexta-feira (15). A ação das polícias Civil e Militar, com o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), matou, segundo a PM, um chefe do tráfico do morro Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio de Janeiro, que havia fugido da prisão em 2016.
De acordo com a PM, cinco das pessoas baleadas chegaram a ser socorridas por PMs e levadas a um hospital na Penha, também na zona norte, onde morreram, entre eles estava o traficante. Outros cinco corpos teriam sidos transportados até a saída da comunidade por moradores. Um policial militar ficou ferido e foi hospitalizado.
Segundo a Polícia Civil, a Delegacia de Homicídios da Capital apura cinco mortes por intervenção de agentes do estado durante a operação desta sexta, além das circunstâncias de outras cinco mortes, em que os corpos foram encontrados na avenida Itaóca, próxima ao Complexo do Alemão – estes levados, segundo a PM, por moradores. São ainda investigadas outras duas mortes, uma delas que aconteceu após socorro na UPA do complexo.
A operação começou na manhã desta sexta, quando moradores do Complexo do Alemão já começaram a publicar nas redes sociais relatos de presença da polícia no local e tiroteios pelo menos desde as 6h.
A ação foi motivada, segundo a PM, por denúncias de um esconderijo de um líder de tráfico de drogas local e de uma casa usada para guardar fuzis na comunidade. A polícia apreendeu oito fuzis, 85 granadas e drogas na operação.
Ainda de acordo com a PM, criminosos armados atiraram e lançaram granadas contra as equipes do Bope na comunidade, levando a múltiplos confrontos.
Nas redes sociais, moradores do Alemão descreviam as cenas dos tiroteios próximos e o medo do novo coronavírus, como pessoas que narravam a necessidade de se esconderem com muitos outros num único cômodo. Uma publicação no perfil do jornal Voz da Comunidade acompanhada de um vídeo dizia que uma granada lançada em um beco destruiu parte de uma casa.
Em sua conta no Twitter, a Anistia Internacional Brasil publicou nota cobrando das autoridades respeito aos direitos de moradores durante operações desse tipo.