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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
BRASIL- A chegada de imigrantes venezuelanos à capital de Roraima, Boa Vista, vem atingindo índices alarmantes. O fluxo começou a crescer com maior intensidade a partir de 2014 e atualmente, segundo as contas da prefeitura, o número de cidadãos do país vizinho no município é de 40 mil, cerca de 10% da população de 330 mil habitantes.
O principal motivo do êxodo é a fome, além da escassez de remédios, situação política delicada e inflação nas alturas.
Segundo informações publicadas pelo portal G1, os venezuelanos lotam os abrigos disponibilizados pelo governo e ocupam também diversas praças, onde dormem no chão. Eles fazem fila para receber pão e leite doados e são vistos nos semáforos pedindo emprego.
Segundo informações publicadas pelo portal G1, os venezuelanos lotam os abrigos disponibilizados pelo governo e ocupam também diversas praças, onde dormem no chão. Eles fazem fila para receber pão e leite doados e são vistos nos semáforos pedindo emprego.
"Eu não tinha dinheiro para nada e estava esperando uma bolsa de comida que o governo iria me vender de forma irregular. Estava cansado de viver nessa situação, e pensando em sair da Venezuela, mas não tinha recursos para isso. Finalmente, a comida não chegou e fiquei realmente desesperado. Foi aí que decidi ir embora, peguei o pouco dinheiro que tinha e vim para o Brasil", contou ao G1 o jornalista Leonardo Gonzalez, de 28 anos.
"Viver na Venezuela é como um pesadelo. Você não tem esperança para o futuro, porque a luta diária é pela comida, pela sobrevivência. Você só consegue pensar em não morrer", emendou.
Os impactos do fluxo de imigrantes em Boa Vista podem ser vistos nos serviços públicos. A Secretaria de Saúde de Roraima, por exemplo, informou ao G1 ter atendido 760 venezuelanos em 2014, número que chegou a 15.055 no ano passado.