Fundado em 11/10/2001
porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
BRASIL- Uma atividade aplicada em uma escola infantil no município de Brumado, no sudoeste da Bahia, provocou polêmica entre pais e professores após reclamações de que a unidade escolar estaria fazendo apologia à "ideologia de gênero".
A situação ocorreu na terça-feira (20), na Escola Municipal Santa Rita de Cássia. A atividade aplicada para os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I, que têm entre 7 e 8 anos, conta com figuras em sequência de seis crianças. A professora pede que os alunos indiquem a ordem de cada uma delas na imagem.
A polêmica se formou após a identificação de que as figuras que identificavam a fisionomia de meninas traziam nas legendas nomes de meninos. Em uma das imagens, uma gravura que trazia a fisionomia de um garoto tinha na legenda o nome de uma garota.
Em entrevista ao G1, a secretária municipal de Educação, Ednéia Ataíde, explicou que a fotografia da atividade foi compartilhada nas redes sociais pelo pai de um aluno que se sentiu incomodado. Ela explicou, entretanto, que mesmo antes do compartilhamento da imagem a unidade escolar já havia explicado que se tratou de um erro na impressão da atividade.
"Foi um erro de digitação da professora. Chamamos a equipe escolar e a professora contou que na hora de colar as figuras [para impressão] acabou colando os nomes errados".
A secretária acrescentou que temas relacionados a discussões de gênero não fazem parte da Plano Municipal de Educação.
Por meio de nota, a Escola Municipal Santa Rita de Cássia também comentou a polêmica e reiterou que houve um erro de digitação. A unidade disse ainda que "não é a missão da escola intervir e/ou formar opiniões na mentalidade de crianças que ainda não têm maturidade para discernir uma temática tão polêmica". [Veja nota completa no final da reportagem]
Nas redes sociais, o assunto repercutiu entre pessoas que são contrárias e aquelas que defendem que assuntos relacionados à discussão sejam tratados na educação infantil. Em um dos posts, uma internauta disse que a escola tem que se preocupar em abordar outros temas. "A professora tinha era que ensinar o aluno a fazer o 5 direito".
Em outro post, um internauta defende a discussão do tema desde cedo. "Questões atinentes ao gênero devem ser discutidas nas escolas sim! Assim como respeito, amor ao próximo, aceitação das diferenças, enfim, todos os temas que contribuem para a formação do caráter do indivíduo. Além do mais, a escola é formadora de opinião sim (ou pelo menos deveria ser) e o professor tem autonomia didática (ou pelo menos deveria ter). Torço pelo dia em que formemos cidadãos melhores, pra que essas crianças não pensem como seus pais daqui uns anos".
A Escola Municipal Santa Rita de Cássia vem, muito respeitosamente, apresentar as suas desculpas a toda a comunidade escolar, por ter inserido em uma das atividades do 2º ano do Ensino Fundamental I uma questão na qual consta um erro de digitação que provocou uma inversão da ordem das palavras.
A referida Unidade Escolar vem ainda salientar que, ao contrário do que foi interpretado por alguns, em nenhum momento a parte pedagógica da escola teve a intenção de fazer apologia de gênero. Mesmo porque entendemos que essa não é a missão da escola intervir e/ou formar opiniões na mentalidade de crianças que ainda não têm maturidade para discernir uma temática tão polemica. Ressaltamos que foi um erro de digitação e qualquer pai, mãe e/ou responsáveis que quiser mais esclarecimentos, A ESCOLA estará de portas abertas para o atendimento.
Salientamos ainda que todo contexto de trabalho está passível de erros não intencionais, pois acima de tudo, somos humanos. Todavia, orientamos que o DIÁLOGO é a mais perfeita forma de solucionar reais ou os supostos equívocos e ainda aprendermos com os mesmos.
Por fim reafirmamos que a condenação apriorística sem antes entender os fatos torna-se um erro infinitamente maior.