PORTO VELHO-RO: Enfermeiros que atuam no atendimento à saúde nas unidades prisionais de Porto Velho participaram de treinamento sobre Acolhimento com Classificação de Risco de Urgência e Emergência. O curso, idealizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), contou com a parceria da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

O objetivo da capacitação é alinhar os fluxos de saúde, garantindo o acesso e assistência a pessoa privada de liberdade, evitando agravamento de quadros clínicos e até óbitos. De acordo com a enfermeira Leila Campelo, coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Samu, “a capacitação surgiu da necessidade de agregar conhecimento aos profissionais que atuam nas unidades prisionais, para que tenham mais segurança ao acionar o Samu, com conhecimento do que é urgência, identificando melhor a situação de saúde do paciente, reconhecendo as condições clínicas para chamar a unidade móvel”.

Classificação de risco é um sistema utilizado nos serviços de urgência e emergência, para avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.

“Com embasamento técnico científico, o profissional vai realizar corretamente a classificação de risco, sabendo que o vermelho é o paciente mais grave e que o amarelo pode evoluir para vermelho. E também a identificar doenças que podem acometer o paciente e levar a óbito em pouco tempo, caso o socorro não seja feito corretamente”, reforça a enfermeira Leila.

Diretor do SAMU, Raymisson Correia, considera fundamental esse alinhamento para melhorar a assistência à população do sistema prisional. “Essa capacitação busca aprimorar o conhecimento dos enfermeiros, de forma que tão logo identifiquem a necessidade de um socorro imediato, acionem nossas unidades móveis já com identificação dos sinais e sintomas do paciente”.

Um cronograma de capacitações está sendo desenvolvido entre o Samu e a Sejus para que seja definido um protocolo para melhorar o atendimento dentro do sistema prisional e também no acolhimento do Samu. A próxima ação será desenvolvida com os policiais penais, para que tenham noções básicas de socorro ao paciente e saibam os protocolos de acionamento do Samu.

A gerente de saúde do sistema penitenciário, Miriam Muniz da Rocha Fighera, aponta que a expectativa da Sejus é pela criação e implantação desse protocolo de atendimento em urgência e emergência, tanto na esfera municipal quanto estadual e que tal procedimento atinja o objetivo de salva vidas, conforme a classificação de risco da saúde.

“Esperamos que sejam sanadas as deficiências em classificação de risco por parte dos profissionais de saúde, que possamos acionar o Samu de forma assertiva e objetiva, auxiliando a equipe na resolução dos casos. Esperamos também fortalecer a atenção básica junto com o município para uma melhor assistência à população prisional, evitando o adoecimento dessa população e consequentemente a sobrecarga nos prontos atendimento e hospitais”, finalizou Miriam Muniz.