PORTO VELHO, RO: Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo recebeu nesta quarta-feira (23), o ex-ministro da previdência e senador da república, Amir Lando, que falou um pouco sobre a sua trajetória no estado de Rondônia, além de falar sobre os rumos da atual política brasileira.

Nascido no Rio Grande do Sul, Amir Lando é formado em Direito e veio para Rondônia no início dos anos 70 para atuar na regularização fundiária no Estado desempenhado pelo INCRA.

Amir Lando fez questão de destacar a importância da Educação em sua vida, já que de acordo com ele, foi através das oportunidades concedidas pelo poder público que ele conseguiu entrar em uma universidade ainda nos anos 70, mesmo vindo de uma família de agricultores humildes do Sul do Brasil.

"Eu cheguei em Rondônia em 1970, estava formado em Direito e fui trabalhar no INCRA, onde comecei a minha vida assentando milhares de famílias. Então eu dei esse salto na vida, graças a possibilidade de ascender na vida através da Educação".

Foi durante o trabalho desempenhado no INCRA Amir Lando começou a conhecer de perto a política rondoniense, sendo posteriormente eleito para diversos cargos, entre eles, o mandato de deputado federal constituinte nos anos 80.

"Eu fui encarregado para fazer o anteprojeto da Constituição do Estado de Rondônia, onde abordamos a questão ambiental, fundiária, entre outros. A gente quis inspirar uma terra nova, novos sonhos, porque aqui havia uma expectativa muito grande. Foi um momento muito criativo", disse Amir Lando.

Protagonista de um dos fatos mais impactantes dos anos 90, a CPI do Congresso Nacional que cassou, que culminou na cassação do mandato do presidente Collor de Melo, Amir Lando falou sobre como se deu a sua indicação à relatória dessa matéria.

"Eu vi uma matéria no Jornal Nacional e passei a noite pensando em um filme do que eu poderia fazer, cheguei em Brasília e fiquei quase três horas e meia na tribuna falando e saí dali nomeado o relator da CPI do presidente Collor. A nossa CPI foi séria, não houve nenhuma ação de irregularidade", argumentou Amir Lando.

O ex-ministro desabafou a sua decepção com a atual realidade dos políticos brasileiros, que segundo ele, vem, em grande maioria, descumprindo o que diz respeito ao que eles falam durante a eleição e fazem durante o mandato.

"Infelizmente, a roubalheira continua, eu acredito que essa decência precisa vir do compromisso da convicção e de honrar aquilo que se fala, não pode haver uma dicotomia entre o discurso e ação, senão, o político é uma farsa, um engodo, uma enganação. A grandeza da política está em preparar o futuro", disparou Amir Lando.

Ele ainda fez questão de alertar sobre a deturpação em relação à utilização do Fundo Eleitoral durante as campanhas. De acordo com Amir Lando, não há justiça na divisão dos recursos pelos partidos, que acabam repassando a maioria dos recursos para os candidatos que já estão no mandato.

"O que existe é um fundo apenas daqueles que tem mandato, isso é um crime, uma justiça, porque a Justiça propõe igualdada, mas não é o que acontece, uns saem com milhões e outros com nada para disputar a campanha", finalizou Amir Lando.

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