• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

Nem os ovos de Páscoa caseiros escapam dos impostos, mostra estudo

Estudo da Associação Comercial mostra que 38,53% do preço do chocolate vai para o fisco; vinho é a mercadoria com mais encargos


R7

Publicada em: 06/04/2023 08:20:55 - Atualizado


BRASIL - A época de Páscoa costuma levar mais consumidores aos supermercados e deixar todo o setor de varejo mais agitado. Como uma das datas festivas mais importantes para o comércio, a alta demanda por alguns produtos, principalmente os alimentos para o almoço do domingo de Páscoa e por chocolates, fez com que ficassem 12% mais caros, em média, neste ano, segundo informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Além de questões de mercado, como a inflação mais alta, que teve impacto nos custos das matérias-primas, um dos fatores responsáveis pelo aumento dos preços é a carga tributária que incide sobre esses produtos.

Os impostos correspondem, por exemplo, a 38,53% do preço final do chocolate, como mostra um levantamento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), feito com base na média dos dados do Impostômetro.

    Na prática: ao comprar um ovo de Páscoa que custa R$ 40 no mercado, o consumidor está pagando R$ 24,58 efetivamente pelo produto, pois R$ 15,42 do preço correspondem a impostos.

    Com os ovos de Páscoa caseiros, que são uma alternativa para quem quer gastar menos e uma oportunidade de renda extra para microempreendedores, não é diferente. A produção de um ovo de chocolate simples usa, além do ingrediente principal, papel celofane e fitas para a embalagem do produto. Na aquisição desse itens, o consumidor paga, respectivamente, 39,65%, 34,5% e 34% em encargos.

    Isso mostra que fugir das prateleiras não é sinônimo de escapar dos altos impostos.

      “Os consumidores que procuram por produtos caseiros, pensam em algo diferente do que encontram nas prateleiras dos mercados. Isto reflete numa tendência de ‘gourmetização’ dos ovos que, aliada à alta tributação dos insumos, aumentam o preço final do produto”, afirma o economista da ACSP, Ulisses Gamboa.

      O levantamento da entidade mostra que produto mais tributado nesta época do ano é o vinho importado (59,73%). Na compra de uma garrafa da bebida que custa R$ 100, o brasileiro desembolsa R$ 40,27 referente ao produto, e R$ 59,73 em tributos. Já o vinho nacional tem uma carga de impostos menor, de 44,73%.

      Segundo o economista, a diferença entre os tributos dos dois produtos não é um fator que, necessariamente, estimula a compra dos vinhos nacionais, porque a decisão do consumidor depende dos preços finais de cada tipo de vinho.

      Confira a tabela completa de produtos de Páscoa sobre os quais incidem impostos, elaborada pela ACSP, com a porcentagem sobre o preço que corresponde à tributação:


      Fale conosco