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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
BRASIL: O mercado financeiro diminuiu pela sexta semana consecutiva a previsão de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) para 2022. Agora, os economistas das principais instituições financeiras do país projetam, pela primeira vez, que as riquezas brasileiras vão crescer abaixo de 1% no ano que vem.
Conforme o Boletim Focus do BC (Banco Central), a previsão exata é de alta de 0,93% para 2022, o que vai na contramão das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. No final de outubro, Guedes disse que o baixo crescimento da economia no ano que vem não passava de boato.
“A conversinha é sempre essa. Primeiro que [a economia] ia cair, ia ficar lá embaixo, não ia voltar. Aí volta em V. O crescimento já está em 5%, ou 5,3%, 5,4% neste ano. Aí já estão dizendo que no ano que vem não vai crescer. Vai crescer de novo, cada um vai fazer o seu trabalho”, afirmou o ministro no fim de outubro em um evento no Palácio do Planalto.
Ontem, durante agenda em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Guedes voltou a contrariar os números. O ministro disse que o Brasil cresce 5,5% em 2021, acima da média mundial, mas, de acordo com o último relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), a média mundial de crescimento em 2021 deve ser de 5,9% — acima, portanto, do crescimento brasileiro.
"Já vacinamos 65% da população adulta com duas doses e estamos retornando ao trabalho. A economia está crescendo 5,5% nesse ano, e já temos para os próximos mais de US$ 100 bilhões em contratos assinados em energia elétrica, rodovias, ferrovias, gás natural, portos", disse o ministro durante a agenda nos Emirados Árabes Unidos.
Para 2023, de acordo com o boletim Focus, a estimativa de crescimento do PIB foi mantida em 2%, o mesmo aumento agora esperado para 2024.
A manutenção do ritmo acelerado de aumento dos preços fez os economistas do mercado financeiro elevarem, pela 32ª semana seguida, suas previsões para a inflação de 2021. As projeções para o crescimento da economia, por sua vez, recuaram pela quinta vez consecutiva. Agora, a estimativa de crescimento é de 4,88% para o fim deste ano.
Conforme as estimativas pelo BC (Banco Central), a aposta atual é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) feche o ano em 9,77% — acima dos 9,33% previstos na semana passada.
As mudanças das estimativas são impulsionadas pelas recentes altas no preço da energia elétrica e dos combustíveis, que causam um efeito cascata em outros produtos da economia, e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família.
Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação chegará ao fim de 2021 superando o dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
Apesar da previsão de maior alta nos preços, a expectativa para o dólar ficou mantida em R$ 5,50.