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    porto velho, sexta-feira 20 de setembro de 2024

Dólar fecha cotado a R$ 5,69 com risk off e inflação; Ibovespa opera em leve queda

Principal índice brasileiro operava em queda de 0,48%, aos 106.869,90 pontos


CNN

Publicada em: 14/12/2021 17:12:59 - Atualizado

BRASIL: O dólar fechou em alta nesta terça-feira (14) de 0,37%, cotado a R$ 5,695. A moeda norte-americana começou o dia em queda frente ao real com a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), mas os dados de preço ao produtor dos EUA deram fôlego para se se recuperar e terminar o dia valorizada.

Ao mesmo tempo, por volta das 17h07, o Ibovespa operava em queda de 0,48%, aos 106.869,90 pontos. O principal índice brasileiro começou o dia no azul, enquanto os investidores estavam de olho na tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso e digeriam os dados de serviços brasileiro.

Felipe Vella, analista técnico da Ativa Investimentos, explica que dois fatores pesaram na alta da moeda hoje, “em primeiro lugar foi esse clima de receio, que coloca os mercados em modo risk off (momento em que grandes investidores não querem tomar risco), tirando dólares do Brasil, o que faz com que a cotação da moeda suba”.

E a demanda natural por dólares que acontece todo fim de ano para remessas e fechamento global, “esse excesso de demanda e falta de oferta traz mais pressão compradora para a moeda e faz o cambio subir no curto prazo”, explica.

Inflação ao produtor

Os dados de inflação ao produtor pesaram tanto na Bolsa de Valores quanto na moeda norte-americana. “Lá fora você tinha uma pressão lateral pela expectativa de inflação ao produtor dos EUA, que poderiam impactar as políticas do Fed”, explica Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Contudo, o dado veio bem acima do esperado e o mercado inverteu.

” Se viesse mais brando, poderíamos esperar uma ajuste menor na elevação de juros e também até uma demora maior do programa de títulos [do BC norte-americano]. Com esse dado, o juros terá que ser elevado”, diz Franchini. “E isso faz pressão no mercado emergente, como o Brasil… mesmo sendo uma bolsa barata frente às globais”.

No acumulado de 12 meses até novembro, o PPI disparou 9,6%. Esse é o maior ganho desde novembro de 2010, após acréscimo de 8,8% em outubro.

Economistas ouvidos pela Reuters previam que o PPI subisse 0,5% em uma base mensal e 9,2% ano a ano.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos, energia e serviços de comércio, os preços ao produtor aumentaram 0,7%. O chamado núcleo do PPI ganhou 0,4% em outubro.

No acumulado de 12 meses até novembro, o núcleo do PPI saltou 6,9%, maior avanço desde que os dados de 12 meses foram calculados pela primeira vez em agosto de 2014. O número veio após alta de 6,3% em outubro.

“[Assim], o mercado está cauteloso pois teremos reunião do Fed amanhã, podendo trazer diminuição dos estímulos monetários com maior intensidade”, disse Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton Investimentos.

BC brasileiro

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje que quando há a percepção de que a autoridade monetária está intervindo no câmbio além do nível necessário para cobrir um gap de liquidez, os investidores tendem a buscar outro instrumento de proteção que não o dólar, já que há a percepção de que a moeda perde sua condição de ‘hedge’ em meio à atuação “exagerada”.

“A gente vê claramente que, em momentos em que teve essa percepção, a curva longa de juros sofreu um enorme dano, porque as pessoas vão deixar de se proteger no dólar e vão passar a se proteger nos juros longo, que é um instrumento muito mais difícil, e que não existe uma forma de intervenção tão clara”, afirmou durante evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ressaltando que o país já teve experimentos recentes nesse sentido na história recente.


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