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    porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024

Com aumento da taxa de juros, mercado de renda fixa volta a pagar 1% ao mês

Movimento ocorre com salto da taxa de juros ao maior nível em cinco anos para conter a inflação


R7

Publicada em: 16/05/2022 10:24:59 - Atualizado


BRASIL - O ato de realizar uma aplicação financeira e conquistar rentabilidade de 1% todos os meses voltou a ser realidade para os investidores brasileiros que apostam na renda fixa. Os títulos, tão seguros quanto a caderneta de poupança, ganharam atratividade com a série de altas da taxa Selic, que alcançou o patamar de 12,75% ao ano na última semana.

Com os juros básicos no maior nível desde o início de 2017, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que serve de referência para o mercado de renda fixa, chegou a 12,65% e devolveu o retorno de 12% todos os anos.

A busca por segurança aliada à boa rentabilidade da renda fixa motivou a maior captação para o segmento desde 2012 (R$ 89,1 bilhões), de acordo com estudo divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Para Jaqueline Benevides, analista de renda fixa da plataforma TC Matrix, o momento figura cada vez mais adequado para a aposta nos diversos títulos que oferecem rendimentos acima de 1% todos os meses.

    “A diversificação é o melhor dos cenários, mas os ativos pós-fixados se tornaram mandatórios dentro das carteiras dos investidores, porque eles conseguem surfar essa onda de aumento dos juros”, afirma ela.

    A analista avalia que o momento atual proporciona até 17,5% de rendimentos anuais aos investidores da renda fixa. “É uma rentabilidade de renda variável com o investidor dormindo tranquilo, sem grandes oscilações”, destaca Jaqueline.

    Francis Wagner, CEO do app Renda Fixa, destaca a necessidade de ficar atento para se proteger da inflação ao comprar um título. “Os produtos de renda fixa mais vantajosos, considerando o cenário atual, são aqueles indexados ao IPCA ou IGP-M”, diz ele ao citar opções que oferecem juros reais acima de 7%.

      Wagner reforça ainda que, independentemente do título escolhido para investir, é importante ter atenção aos acontecimentos diários. “Qualquer mudança na economia, nas decisões do Banco Central ou no comportamento do mercado de capitais é motivo para o investidor reavaliar suas escolhas e fazer mudanças para não perder recursos nem ganhar menos do que poderia”, completa.

      Já interessante, a atratividade da renda fixa deve ficar ainda melhor nos próximos meses, uma vez que as projeções indicam ao menos mais uma alta da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A decisão tem o objetivo de frear a inflação desenfread, que, nos 12 meses finalizados em abril, superou os 12% ao ano.

      "Quando a gente chegar ao primeiro semestre de 2023, quando a Selic deve começar a cair, se o investidor quiser manter esses títulos, vai ter uma rentabilidade muito acima da taxa de juros atual. Se ele achar que o melhor é alocar em outro produto, ainda vai ter um ágil muito grande", diz Jaqueline.


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