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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
O dólar fechou em queda de 1,23%, cotado a R$ 4,761, nesta quinta-feira (26), após investidores repercutirem a divulgação da revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre. A moeda norte-americana encerrou no valor mais baixo desde 20 de abril (R$ 4,618).
O resultado reforçou apostas de que o Federal Reserve, o banco central do país, não será tão agressivo no ciclo atual de alta de juros para não desacelerar excessivamente a economia e gerar uma recessão. Com isso, o impacto do processo seria menor, o que é positivo para as bolsas norte-americanas e outros mercados, como o brasileiro.
Já o Ibovespa encerrou em alta de 1,18%, aos 111.889,88 pontos, impactado pelos dados econômicos dos Estados Unidos. O índice de preços PCE dos EUA mostrou incremento de 7% no primeiro trimestre, por exemplo, e os pedidos de auxílio-desemprego no país somaram 210 mil na semana passada, redução de 8 mil e menos que a estimativa do mercado de 215 mil, segundo pesquisa da Reuters.
O mercado repercute ainda a divulgação na véspera da ata da última reunião do Federal Reserve. A ata trouxe poucas novidades em relação aos próximos passos do ciclo de alta de juros do país e de redução do balanço de compra de títulos pela autarquia.
Como já sinalizado antes, a maioria dos membros do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed julgou que altas de 0,5 ponto percentual nos juros em junho e julho seriam apropriadas.
Nesta sessão, o Banco Central fez leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na quarta-feira (25), o dólar teve alta de 0,17%, a R$ 4,821. Já o Ibovespa encerrou o pregão estável, com variação de 0%, aos 110.579,81 pontos.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos referente ao primeiro trimestre de 2022 foi revisado nesta quinta-feira (26), mantendo o cenário de contração da economia, com queda de 1,5%.
O resultado é um pouco mais negativo que o da primeira divulgação, em abril, quando foi informada uma queda de 1,4%. Também foi pior que o esperado pelo mercado, que projetava uma revisão para queda de 1,3%.
A queda foi a primeira na economia norte-americana desde a recessão gerada pela pandemia há quase dois anos. No quarto trimestre de 2021, o crescimento foi de 6,9%.
O recuo na produção refletiu um déficit comercial e um ritmo moderado de acúmulo de estoques.
Mesmo assim, os gastos dos consumidores foram sólidos e o investimento empresarial em equipamentos acelerou acentuadamente.
O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, e até risco de uma recessão global, prejudicando os mercados e aumentando a aversão a riscos de investidores.
Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições possam ser retiradas em junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltou a favorecer exportadores de commodities e alivia uma parte das pressões sobre o real.