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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
BRASIL: Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) reduziram, pela décima semana consecutiva, as expectativas para a inflação deste ano. As apostas sinalizam também para uma nova deflação no mês de agosto (-0,35%).
Com a atualização publicada nesta segunda-feira (5), a previsão é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2022 em 6,61%, ante alta prevista de 6,7%. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto de 7,11% nos 12 meses finalizados no próximo mês de dezembro.
As previsões de alta menor dos preços surgem em linha com a redução da alíquota do ICMS sobre a gasolina e a energia elétrica nos estados — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação das instituições, o alívio deve ser sentido no bolso das famílias até o fim de 2022.
Mesmo menores, as novas expectativas ainda mostram que a inflação oficial chegará ao fim deste ano acima da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). De acordo com o documento, não há possibilidade de a inflação ficar dentro do teto da meta em 2022.
O novo furo do teto da meta também é previsto pelo governo federal, que revisou para 7,9% a expectativa de inflação para este ano, conforme projeções apresentadas pelo Boletim Macrofiscal, do Ministério da Economia.
Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços caiu pela teceira vez em 18 semanas, de 5,3% para 5,27%, aposta também acima da meta definida para o ano que vem. Já para 2024, as expectativas para o IPCA subiram de 3,41% para 3,43%.
Com a nova previsão, a aposta na cotação do dólar na chegada de 2023 segue em R$ 5,20. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa caiu pela 14ª semana e passou para uma queda estimada em 2,24% neste ano. Há quatro semanas, a previsão já estava no campo negativo (-1,96%), motivada pelo corte de impostos.