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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
MUNDO - O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou as taxas de juros do país nesta quarta-feira (1º) para uma faixa de 4,5% a 4,75% — uma alta de 0,25 ponto percentual. O resultado está dentro das expectativas de mercado.
Na divulgação, o Fed indica que também analisando dados que determinam a resiliência do mercado de trabalho e o ritmo de crescimento dos salários, mesmo com as leituras recentes de que a inflação está diminuindo.
"O Comitê antecipa que os aumentos em curso na faixa da meta estão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", disse o comunicado do FOMC.
"Ao determinar a extensão dos aumentos futuros no intervalo da meta, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os desenvolvimentos econômico-financeiros."
Na última reunião, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) havia elevado o referencial de juros em 0,50 ponto percentual, para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. O avanço dos juros nos Estados Unidos começou a desacelerar em um cenário de combate à inflação persistente.
Os preços ao consumidor dos EUA passam por desaceleração e tiveram alta de 6,5% no país em 2022, depois de chegarem a um pico de 9,1% em junho.
Altas de juros nos Estados Unidos tendem a se refletir em alta na cotação do dólar no Brasil, uma vez que há saída da moeda do país, com o objetivo de buscar a melhor remuneração lá fora.
Mas essa elevação já estava, no jargão dos investidores, "precificada" – ou seja, já se contava com uma alta nessa proporção. Assim, a divulgação da decisão do Fed não provocou movimentos mais acentuados na cotação do dólar por aqui nesta quarta.
Os efeitos no Brasil, contudo, também podem ser de longo prazo: a alta de juros nos EUA indica uma desaceleração da economia mundial nos próximos meses, já que os empréstimos e investimentos ficam mais caros.
Essa desaceleração tende a ter efeitos por aqui na forma de uma menor demanda pelos produtos e serviços brasileiros — que pode, no entanto, ajudar a reduzir a inflação doméstica.