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    porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024

"O debate econômico no Brasil não é sério, parou no tempo", diz De Bolle

Para a economista, o teto de gastos foi tão alterado que provou que não funciona; deveria ser extinto


SBT NEWS

Publicada em: 11/02/2023 08:25:34 - Atualizado

BRASIL- Ela é capaz de encarar debates acalorados com economistas do porte de Armínio Fraga, ganhar o apoio de André Lara Resende no embate e em seguida se virar para outro tema nas redes sociais: o que há de pertinente na discussão da moeda única ou moeda comum, proposta para o Mercosul? Qual a diferença? "Ninguém vai inventar uma moeda que substitua o real no Brasil ou o peso na Argentina. O que se busca é uma forma de denominar em qual divisa os países vão liquidar as trocas comerciais. É um estudo, só, nada além disso", afirma Monica De Bolle. Note-se que a declaração foi dada no calor das repercussões sobre a "proposta" para os parceiros comerciais, quando havia mais chumbo trocado na forma de opiniões do que esclarecimento preciso. Mesmo depois da entrevista coletiva dos ministros da Fazenda dos dois países.

Formada pela PUC-Rio, com doutorado em economia pela London School of Economics, De Bolle é ex-diretora de estudos latino-americanos na Universidade Johns Hopkins e atual pesquisadora do Peterson Institute for International Economics. Em plena pandemia, iniciou formação em imunologia e microbiologia. E criou o Pensando Alto, canal do YouTube onde traduz o universo complexo da economia de forma acessível.

Em entrevista ao SBT News, De Bolle fala sobre a realidade econômica e política do Brasil, e sobre os desafios que impõe a si mesma para manter uma agenda intensa de atuação na internet. E tem dicas até para suportar os haters.

"O cenário internacional, que inclui e preocupa o Brasil, não é bom: mas já esteve muito pior", analisa Monica ao apontar o horizonte de menor crescimento e inflação persistente com o qual o governo Lula terá que trabalhar para reerguer a economia brasileira. Se o assunto é o equilíbrio das contas públicas, não há que se deixar nem a responsabilidade fiscal nem a social de lado: "Elas são absolutamente complementares", sentencia. E vai além: "O teto de gastos é uma regra que foi tão alterada que provou que não funciona, que teria que ser extinta em algum momento".

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