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porto velho, sexta-feira 29 de novembro de 2024
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, irá falar sobre veículos de imprensa que estariam supostamente alinhados com o governo do ex-gestor federal. O acordo foi firmado em sua delação premiada acertada com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
De acordo com informações divulgadas nessa terça-feira (13), com exclusividade pelo colunista Gabriel Vaquer, da Folha de São Paulo, Cid também falará em seu depoimento, sobre a proximidade de Bolsonaro com a Jovem Pan. Canal de notícias com sede em São Paulo, que ficou conhecido pelos seus apoiadores ferrenhos ao ex-presidente da República.
O ex-ajudante de Bolsonaro irá contar sobre a forma como auxiliava o político a agendar entrevistas com o canal de televisão, dando detalhes de sua proximidade direta com comentaristas e jornalistas da emissora de Tutinha. O objetivo do contato constante, era para que, supostamente, o discurso do então presidente, estivesse sempre alinhado com o veículo de comunicação.
Sendo assim, o militar atuava como uma espécie de assessor de imprensa de Bolsonaro. Cabe ressaltar, que na Jovem Pan, o ex-governante concedeu diversas entrevistas durante seu pleito, sobretudo no programa “Pânico”, exibido diariamente entre 12h e 14h, sob o comando do apresentador Emílio Surita.
Durante a campanha eleitoral pela presidência no ano passado, Bolsonaro chegou a marcar presença nos estúdios da emissora de São Paulo e bateu um papo de mais de 2h com os comunicadores da revista eletrônica comandada por Surita. Segundo levantamento da Folha de São Paulo, durante os quatro anos do governo Bolsonaro, a rádio e tv pertencentes ao grupo Jovem Pan, receberam o equivalente a R$ 18,8 milhões, de verbas do governo federal.
Ainda de acordo com informações da publicação, Cid ainda detalhará em seu depoimento, a relação financeira que Bolsonaro firmava com empresários, jornalistas e donos de órgãos de comunicação que seriam ligados a extrema-direita e que teriam recebido verbas para aumentassem suas estruturas em troca de defesa ao ex-governo federal.
A defesa de Cid já teria informado portar comprovantes de pagamentos que teriam sido feitos e os documentos serão apresentados na delação. A intenção de Mauro Cid seria comprovar que possuía total conhecimento sobre tudo o que acontecia aos arredores de Jair Bolsonaro enquanto era presidente, incluindo a divulgação de fake news e aportes em mídias alternativas. A Jovem Pan não se pronunciou publicamente até o momento.