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Morte de Luana Andrade reacende discussão sobre pressão estética na busca pelo 'corpo perfeito'

Famosos se submetem a procedimentos invasivos com frequência na busca do chamado 'corpo perfeito'


R7

Publicada em: 11/11/2023 10:10:30 - Atualizado


A morte de Luana Andrade, aos 29 anos, reacendeu uma discussão muito importante na web: o peso e as consequências da pressão estética social. A modelo morreu, na terça-feira (7), em decorrência de complicações durante uma cirurgia de lipoaspiração nos joelhos. Mesmo que o motivo do procedimento não tenha sido unicamente estético — ela tinha diagnóstico de lipedema —, foi um fator contribuinte, como confirmou uma amiga da jovem.

A influenciadora Laís Caldas, por exemplo, foi recentemente atacada na web por ter "joelhos gordos". A médica surgiu com curativos falsos na região, ironizando os haters ao dizer que tinha feito um procedimento no local. Poucos dias depois, a morte de Luana foi anunciada.

É fato que famosos se submetem a procedimentos invasivos com frequência, como resultado dessa pressão e pela busca do chamado "corpo perfeito". Terapeuta familiar, especializada em transtorno alimentares, Marlene Oliveira reforça que "essa cobrança estética [interna e externa] causa muitos problemas, até mesmo no dia a dia da mulher, que se sente, muitas vezes, inferiorizada, tem baixa autoestima e acaba achando que não tem sucesso porque o corpo não é padrão".

A terapeuta alerta também sobre o círculo nocivo do padrão de beleza, que faz com que as mulheres acreditem não ser bonitas o suficiente. Isso alimenta a indústria da beleza e incentiva a busca por tratamentos, procedimentos e cirurgias para aproximá-las desse padrão comercializado.

Por isso, tentar se encaixar nesse modelo a qualquer custo não é bom nem física nem mentalmente, como alerta o psicólogo Alexander Bez, especialista em ansiedade e síndrome do pânico na Universidade da Califórnia (Ucla). "A busca pela perfeição não é algo saudável para a nossa saúde mental e é a raiz de diversos transtornos", declara.

O influenciador Rico Melquiades confessou ter feito quatro cirurgias plásticas no rosto, em outubro, porque estava "cansado de ser chamado de feio" — como ele mesmo disse. Após a cirurgia, contudo, o influenciador continuou sendo atacado.

Esse comportamento dos internautas prova que não é possível agradar a todos, e que as pessoas vão, sim, criticar e apontar erros. Qualquer mudança a ser feita deve ser motivada única e exclusivamente por uma vontade própria. Além disso, é de extrema importância a realização de um acompanhamento psicológico, como sugere Bez.

"Tornar-se um influenciador é um desejo que muitas pessoas têm, porém existem consequências, como ter que lidar com as críticas dos internautas, o que não é fácil. Por isso, ter um acompanhamento com psicólogo ou psicanalista é muito importante. Quando se trata de lidar com opinião alheia, é preciso criar uma grande habilidade mental", explica.

Outra celebridade que passa por situações desagradáveis com comentários de haters é Giulia Costa. A atriz é constantemente comparada à mãe, Flavia Alessandra, sobretudo fisicamente.

Em setembro, a estudante, de 23 anos, reuniu uma série de prints de comentários cruéis sobre seu corpo e a compartilhou em seu perfil na web. "Olha sua mãe, que espetáculo de mulher, se cuida. Quando você chegar na idade dela, vai estar acabada", era o que dizia um dos recados mostrados.

Pressão até sobre bebês

O casal Viih Tube e Eliezer, pais de Lua, veio a público em mais de uma ocasião desabafar contra a gordofobia que a bebê sofre nas redes sociais, mesmo tendo acabado de completar 7 meses de vida.

Em agosto, quando Lua tinha apenas 4 meses, Eliezer rebateu as críticas ao peso da filha pela primeira vez. "É muito ruim, para mim e para a Viih, esses comentários insinuando que nossa filha esteja 'doente'. Se coloquem no nosso lugar, com alguém falando que 'sua filha está obesa, com problemas de tireoide, que ela vai ser obesa'. Que isso, gente? Ela é um bebê de 4 meses e saudável", disse ele.

A terapeuta Marlene afirma que o índice de transtorno alimentar — que é maior entre as mulheres — está começando cada vez mais cedo, e afeta tanto crianças quanto adolescentes.

"A gente vê meninas, crianças na puberdade desenvolvendo transtornos, e sabemos que as redes sociais contribuem muito para isso. As pessoas se comparam e acabam vendo, ali, conteúdos que são gatilhos para um quadro de insatisfação, depressão e frustração", afirma a especialista.



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