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    porto velho, quarta-feira 17 de setembro de 2025

Agro avança para dar adeus ao diesel e fabricar combustível nas fazendas

O combustível será produzido a partir de materiais biodegradáveis.


Gazeta do Povo

Publicada em: 01/05/2023 11:23:58 - Atualizado

BRASIL - O óleo diesel consumido por tratores, caminhões e colhedeiras é um dos insumos que mais pesam na planilha de custos dos agricultores brasileiros, chegando a responder por até 30% dos gastos de colheita. A guerra da Ucrânia e as instabilidades do mercado de combustíveis fósseis só têm feito essa conta aumentar. “Tenho 64 anos e pela primeira vez na vida eu vejo o preço do diesel mais caro que o da gasolina”, diz Fábio Pimentel de Barros, sócio-proprietário da granja de suinocultura da SF Agropecuária em Brasilândia, no Mato Grosso do Sul.

O preço do combustível, contudo, já não tira o sono de Barros. Ele largou na frente e poderá se tornar o primeiro produtor brasileiro a declarar independência em relação ao óleo diesel. Os dejetos da granja de suínos já produziam biogás para gerar energia elétrica. Agora, o gás passa por mais um estágio de transformação, e agregação de valor, por meio da separação do metano, que é usado para mover um trator de 180 cavalos da New Holland. Barros é o primeiro agricultor do país a comprar o modelo T6 180 Methane Power, que reduz a emissão de poluentes em até 80% na comparação com um motor diesel padrão.

À parte os benefícios ambientais do uso do biometano – se livrar de um passivo de excrementos, produzir adubo orgânico e sequestrar um poderoso gás de efeito estufa –, o resultado econômico fala por si só. A começar pela elegibilidade para créditos de descarbonização do programa Renovabio, que as distribuidoras são obrigadas a comprar. Mas também na comparação financeira direta entre biometano e óleo diesel.


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