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porto velho, sábado 27 de dezembro de 2025

RONDÔNIA - O recesso de fim de ano não significou silêncio absoluto no Palácio Rio Madeira. Longe dos holofotes, o governador Marcos Rocha-União Brasil - tem sinalizado a aliados mais próximos que o retorno de 2026 será marcado por mudanças profundas na estrutura do governo. Sem cravar datas, o chefe do Executivo já deixou claro que ao menos três secretarias deverão trocar de comando.
No centro das preocupações está a área da Saúde. O recente relatório do Tribunal de Contas de Rondônia, que expôs fragilidades nas finanças da pasta e acendeu o alerta para riscos à eficiência fiscal do governo, pesou decisivamente. Pela primeira vez, Marcos Rocha admitiu internamente a possibilidade de exonerar o secretário Jefferson Ribeiro da Rocha, até então tratado como nome de confiança no núcleo duro da gestão.
Especula-se, também, que o comando da Polícia Militar deverá também sofrer alteração. A situação se agravou com a exposição pública do comandante em audiência na Assembleia e vídeos ligados a partidos políticos, estimulando especulações sobre uma possível candidatura ao governo estadual.
No círculo mais próximo de Rocha, a avaliação é de que Braguin, apesar de prestigiado pela tropa, teria extrapolado os limites institucionais ao ventilar um projeto eleitoral antecipado e ainda vestindo a farda.
O movimento, segundo analistas, teria fortalecido discursos críticos, especialmente do deputado Rodrigo Camargo-Republicanos, um dos principais opositores da atual gestão que briga em busca de votos, ou nacos, nas fileiras militar.
A Secretaria de Segurança Pública também entrou no radar das mudanças. Apesar dos resultados positivos no enfrentamento à criminalidade, com operações intensificadas na capital e no interior, o secretário Felipe Vital é pré-candidato à Câmara Federal. Com o calendário eleitoral se aproximando, Marcos Rocha avalia que a permanência de Vital pode se tornar incompatível com o cenário político do próximo ano.
Reservado, o governador tem repetido que os nomes dos eventuais substitutos só serão anunciados após seu retorno do descanso com a família. Até lá, o que se desenha é o fim da calmaria e o início de uma reforma administrativa com claros reflexos políticos deve acontecer.
No entanto, especula-se que, para a PM, o nome cotado seria o do coronel Robinson Brancalhão – atualmente coordenador de planejamento operacional, e para a SESDEC, o coronel Paulo Henrique da Silva Barbosa, atualmente diretor Executivo da pasta.