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porto velho, terça-feira 16 de setembro de 2025
PORTO VELHO-RO: No Programa A Voz do Povo da Rádio Caiari, FM, 103,1 de sexta-feira, (05/05), apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, e retransmitido via facebook em live ao vivo pelo site rondonoticias.com.br., a entrevistada foi a advogada Carolina Zemuner, integrante da Comissão de Defesa da Mulher da OAB/Rondônia.
No ar, pautas importantes como violência contra a mulher, assédio sexual, e políticas públicas de enfrentamento e acolhimento das vítimas.
Segundo a entrevistada, esse mal nasce desde o começo da humanidade, e tem registrado um histórico de muita violência no Brasil e especialmente em Rondônia.
Na opinião de Carolina o vetor desta condição vem de uma educação patriarcal e sexista, onde as mulheres sisgênero e transgênero sofrem retaliações pelo simples fato de serem do sexo feminino.
De acordo com a advogada, o Brasil ainda guarda números exorbitantes de denúncias de crimes contra o sexo feminino. Somente em Rondônia, o Tribunal de Justiça realizou no ano passado mais de 18 mil julgamentos pautados na violência contra a mulher. “Rondônia e um lugar ruim para ser mulher hoje, ainda somos um dos estados brasileiros que mais registra casos vilipêndio ao ser feminino”, detalha.
Questionada se vê melhoria nas políticas públicas de acolhimento e proteção, Carolina acalenta os ouvintes afirmando que sim, há avanços perceptíveis em relação à luta pela proteção feminina, porém, esse progresso se configura no plano prático de maneira bastante tímida.
Ela explicou que é necessário que tenhamos uma sociedade que trate o homem e a mulher em igualdade de condições e que para isso, devem ser abertos mais espaços de debates e a criação de meios para o sexo feminino poder transitar livremente, principalmente nos setores público e privado. “Salários equiparados na iniciativa privada, poder de voz, de tomada de decisões, tudo isso faria uma grande diferença”, acrescentou.
A representante da OAB lembrou um caso bastante eloquente de femínicídio ocorrido no município de Candeias do Jamari, no qual a vítima, uma professora, que vinha sofrendo violência do marido, foi a delegacia denunciá-lo e na volta ele a matou e ainda espancou o pai dela. "Esse fato foi emblemático na vida do Estado e, por isso, defendo melhor proteção às mulheres diante da sanha de seus companheiros agressivos", enfatizou.
Ela defende que debates como o que 'A Voz do Povo' promoveu sejam sempre frequentes e se espraiem nos demais veículos para que mais tarde os frutos decorrentes da conscientização sejam colhidos. "Eu quero dizer que estou muito feliz de estar aqui sendo entrevistada por você podendo debater esse tema abertamente, que é de suma importância para a conscientização de todos".
Os ouvintes não perderam a oportunidade e deixaram suas opiniões quanto ao tema de grande relevância trazido pelo apresentador Arimar. “Infelizmente mulher é muito discriminada em tudo”, lamentou uma ouvinte. “Mulher não precisa de Lei Maria da Penha, precisa de um 38 carregado”, arrematou revoltada por mensagem uma participante do “A Voz do Povo”, fato retrucado de forma incontinenti pela advogada. "Precisamos de educação e rigor pedagógico da aplicação Lei para evitar o 38 nas mãos".
A operadora do direito finalizou sua participação no programa deixando dicas para todas as mulheres poderem identificar sintomas de violência, seja ela psicológica, física, no ambiente de trabalho, ou especialmente violência sexual vinda do próprio companheiro. “A mulher não pode se calar e se você conhece alguém que seja vítima de violência, denuncie. Em briga de marido e mulher se mete a colher sim!”, finalizou a defensora dos direitos das mulheres.