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porto velho, terça-feira 16 de setembro de 2025
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (16) que os preços do litro da gasolina e do diesel ficarão mais baratos a partir de amanhã, a R$ 0,40 e R$ 0,44, respectivamente.
O GLP (gás liquefeito de petróleo) — o popular gás de cozinha — também teve redução de R$ 8,97 por botijão.
“Estamos tentando colocar um impacto possível na bomba para o consumidor final. Caso todas as outras parcelas se mantenham fixas, esperamos que o preço da gasolina C passe de R$ 5,49 o litro, em média, para R$ 5,20. O diesel S10, de R$ 5,87 para R$ 5,18”, disse Prates a jornalistas.
O botijão de gás, por sua vez, deve ficar abaixo dos R$ 100 pela primeira vez desde outubro de 2021. A expectativa do presidente da estatal é que o preço médio chegue a R$ 99,87.
A declaração segue a esteira do fim da política de paridade internacional de preços da estatal, anunciado mais cedo e adiantado pela analista de economia da CNN, Raquel Landim, na véspera.
De acordo com Prates, o objetivo da medida é “favorecer o mercado interno”.
“Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas. Vamos usar as vantagens que a Petrobras tem ao nosso favor e ao favor do nosso país, e sem se afastar a referência internacional de preços. É bom enfatizar que, quando digo ‘referência’, não é ‘paridade de importação’. Isso significa que, quando o mercado estiver aquecido, com o petróleo em preços altos, isso será refletido no Brasil”, afirmou Prates.
“Abrasileirar os preços significa levar nossas vantagens em conta, sem tirar o país do contexto internacional. Temos uma refinaria aqui, com a grande maioria dos custos em reais, e íamos pelos preços internacionais. A paridade de importação era uma abstração. Pegávamos um preço lá de fora, do nosso concorrente, que não produz aqui, e colocávamos aqui dentro. É o pior cenário de competição.”
Adotada durante o governo Michel Temer (MDB), a paridade de importação de preços alinhava os preços locais aos internacionais, o que refletia direta e automaticamente no mercado interno.
Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometia uma mudança nessa referência.
Segundo informou a estatal em fato relevante, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
A “nova estratégia comercial” — que passa valer já a partir desta terça, de acordo com Prates — usará duas referências do mercado: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.
Como explica a empresa, o custo alternativo do cliente “contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos
substitutos”, enquanto o valor marginal é baseado no “custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.
A mudança trará mais flexibilidade para que a empresa pratique preços competitivos, “se valendo de suas melhores condições de produção e logística”, e dispute mercado com atores que comercializam combustíveis no país, como distribuidores e importadores.
“Não existe um dogma, um preço de referência para o Brasil todo. O próprio PPI é uma abstração. O mercado brasileiro é diferente, com vários múltiplos importadores”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em um evento recente.