PORTO VELHO-RO: O Programa A Voz do Povo da Rádio Caiari, FM, 103,1 desta sexta-feira, (19/05), apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, recebeu o psicólogo Aluízio Vidal. A entrevista trouxe um bate papo leve e informativo sobre aspectos sociais  na vida do ser humano, relacionados ao ânimo, valores e emoções.

A conversa se iniciou relembrando sobre as agruras enfrentadas por todos no decorrer da pandemia e que marcaram a vida das pessoas.  Arimar questionou sobre o sentimento de benevolência que aflorou nas pessoas e teve tanto destaque e depois veio a volatilidade do ser humano, em voltar ao que era depois de passada a doença. 

O psicólogo explicou que essa instabilidade emocional é inerente ao ser, algumas pessoas saíram desse período com grandes aprendizados, porém após a dor cessar, muitos esqueceram do que foi vivido. “Na hora das dificuldades, o ser humano tende a ser mais sensível às coisas extraordinárias, porém, quando tudo passa, ele volta a ser somente o ser com acertos e erros”, acrescentou.

Sobre as questões políticas que hoje norteiam a divisão do país e que tem gerado tanto ódio entre famílias e amigos, Vidal explicou que isso decorre da intolerância do pensar diferente e esse comportamento tem sido desproporcional à evolução da democracia. "O conhecimento que deveria ser uma porta aberta para troca de experiências, acaba se tornando uma arrogância intelectual que quer obrigar o outro a pensar igual a si" asseverou. 

“Essa intolerância está sendo muito negativa, algumas pessoas estão pontuando o pensamento de que, se você não pensa igual a mim, você é do mal ou burro e isso é muito ruim”, enfatizou. “Esse momento faz parte de um processo educativo da sociedade, mas enquanto ele perdurar muitas amizades podem ser destruídas, famílias prejudicadas e o discurso de ódio seja tão prevalente, que passe a existir violência social, com as agressões comuns, principalmente no ambiente de internet”, detalhou o psicólogo.

Aluizio falou ainda sobre as características que vem tomando as relações, principalmente a instituição do casamento. Em tempos de modernidade, segundo ele, o matrimônio está deixando de ser uma instituição e começa a se caracterizar como uma sociedade, um 'negócio', onde há disputas inclusive de quem se destaca mais perante o seu meio, ou seja, cada um vale o que tem. Detalhou também sobre a fragilidade do ser humano egocêntrico, que tem olhado somente para seu próprio umbigo. 

As relações entre pais e filhos também ganharam destaque durante a entrevista. Levando em consideração as mudanças de valores, onde se tinha a referência de uma autoridade patriarcal na figura dos pais que deve ser respeitada. “A modernidade destituiu valores fundamentais que davam a base da nossa vida, inserindo a ideia do racionalismo. A pós modernidade reconhece que o racionalismo não é capaz de construir ou manter esses laços relacionais”, explanou.

Os ouvintes participaram, como sempre, massivamente do programa, satisfeitos com a temática educativa e reflexiva que a conversa trouxe no horário do almoço. “Parabéns pela programação, está cada dia melhor, minha filha teve um show de educação no carro enquanto ouvíamos”, disse uma participante.

O entrevistado agradeceu a oportunidade de participar mais uma vez do bate-papo. “Foi uma honra estar aqui conversando sobre a vida. Minhas filhas crescerem saindo da escola e ouvindo o Arimar, é um privilégio participar da história deste programa”, finalizou.