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    porto velho, sexta-feira 26 de julho de 2024

Mudança no saque-aniversário do FGTS fica para 2024, diz ministro do Trabalho

Modalidade permite resgatar parte do saldo anualmente, mas tira o direito de sacar o valor integral em caso de demissão


R7

Publicada em: 05/12/2023 16:05:16 - Atualizado


BRASIL -O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta terça-feira (5) que as mudanças no saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ficaram para 2024. A modalidade permite resgatar parte do saldo anualmente, mas tira o direito de sacar o valor integral em caso de demissão.

A afirmação foi feita durante entrevista do presidente Lula com os ministros na Alemanha. O país europeu foi a última parada do petista, após viagem à Arábia Saudita, ao Catar e aos Emirados Árabes Unidos, onde participou da COP28.

Marinho pediu desculpa aos trabalhadores que não puderam sacar o fundo de garantia. "Tenho muita reclamação, trabalhadores demitidos que não conseguiram resgatar o dinheiro. Nós estamos conversando, peço desculpas, não vamos conseguir resolver neste ano, mas, seguramente, no começo do próximo ano. Estamos construindo proporções legislativas para mandar ao Congresso Nacional e aí resolver definitivamente essa questão do fundo de garantia", afirmou o ministro.

O fim do saque-aniversário do FGTS é defendido pelo ministro, segundo ele, para corrigir o que se considera uma injustiça contra o trabalhador que opta pela retirada.

Marinho diz que essa modalidade de retirada de recursos fragilizou o fundo de garantia. Para ele, esse instrumento pode até ser inconstitucional, pois limita um direito do trabalhador. Por isso, defende a ideia de que mesmo quem tenha aderido ao saque-aniversário possa acessar os recursos do FGTS em caso de demissão.

A modalidade foi criada por lei em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro, em meio à estratégia da então equipe econômica de estimular o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

O novo tipo de saque permitiu ao trabalhador que fizesse retiradas sempre no mês do seu aniversário — seja para consumo, para quitar dívidas ou aplicar em outro investimento com maior rentabilidade.

Isso porque o FGTS rende apenas 3% ao ano, menos do que a poupança (6,17%) — o que está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal.

Só que, em compensação, a nova sistemática impediu o beneficiário de acessar o valor acumulado na conta em caso de demissão sem justa causa.

Até agosto, havia 32,7 milhões de brasileiros cadastrados na modalidade, de acordo com informações da Caixa. Metade desse total, 16,9 milhões, contratou algum tipo de financiamento usando esses valores como garantia, o que somava R$ 111,4 bilhões também até agosto de 2023. Ao todo, o saque-aniversário já movimentou mais de R$ 100 bilhões na economia.


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