RONDÔNIA - A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon) intensificou a mobilização em defesa da cadeia produtiva do leite e apresentou um documento técnico às autoridades durante debates institucionais e audiências públicas. O material reúne diagnósticos e propostas consideradas essenciais para enfrentar a crise que afeta diretamente a renda do produtor e ameaça a permanência de milhares de famílias no campo.

O documento expõe que a dificuldade enfrentada pelo setor vai além da produção nas propriedades rurais e está concentrada, principalmente, nas condições econômicas impostas fora da porteira. Entre os pontos destacados estão o preço pago ao produtor abaixo dos custos, os prazos prolongados de pagamento, o crescimento das importações de derivados lácteos e a ausência de previsibilidade para quem mantém a atividade.

O presidente da Faperon, Hélio Dias, tem defendido que qualquer política pública voltada apenas ao aumento da produtividade, sem recomposição da renda, tende a ampliar o endividamento do produtor. Segundo ele, a sustentabilidade da cadeia leiteira depende de regras claras, equilíbrio na relação com a indústria e políticas permanentes que garantam segurança econômica ao setor.

No documento apresentado, a federação cobra a reestruturação de mecanismos estratégicos, como a retomada efetiva do Fundo ProLeite, maior transparência na formação de preços e fortalecimento dos instrumentos de governança. A avaliação é de que a falta de respostas rápidas pode acelerar o êxodo rural e comprometer, de forma irreversível, a produção leiteira em médio e longo prazo.

Além das medidas econômicas, o texto propõe investimentos em assistência técnica, melhoria genética do rebanho, nutrição animal, infraestrutura e logística, aliados a políticas de sucessão familiar. A intenção é preservar a atividade leiteira como fonte de renda, emprego e desenvolvimento regional, especialmente para a agricultura familiar.

Hélio Dias ressalta que o setor não reivindica privilégios, mas condições mínimas para continuar produzindo. Para ele, o diálogo com o poder público é decisivo para transformar as propostas apresentadas em ações concretas e evitar o colapso de uma atividade considerada estratégica para a economia rural de Rondônia.

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