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    porto velho, domingo 22 de setembro de 2024

Desnutrição e obesidade afetam 1 a cada 3 pessoas no mundo


Publicada em: 11/12/2019 17:10:50 - Atualizado


O relatório mais recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizado em 2017, revela que uma em cada três pessoas no mundo é afetada por problemas relacionados a obesidade e outras formas de desnutrição. Projeção feita pela entidade ainda revela que a situação pode piorar até 2025, alcançando um em cada dois seres humanos.

Em termos numéricos, o dado indica que a fome atinge 821 milhões de pessoas no mundo, enquato 672 milhões de adultos, 124 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 19 anos) e 40 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade são considerados obesos.

No Brasil, por exemplo, a fome é uma realidade para2,5% da população. Dada a desigualdade local, existem regiões, como a Nordeste, que a desnutrição infantil chega aos patamares de 5%. Já a obesidade é uma doença que afeta quase 20% dos brasileiros.

Os mais afetados

Os que mais sofrem com desnutrição e obesidade no Brasil são os mais pobres. Isso é o que mostra oestudo feito por pesquisadores da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Cidacs/Fiocruz Bahia).

A pesquisa levou em consideração os dados nutricionais de alunos de 13 a 17 anos, e comparoua primeira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a mais recente, de 2015.

O estudo foi específico e buscou analisar adolescentes que apresentam dupla carga, ou seja, quando a desnutrição e obesidade agem simultaneamente. Na análise dos números de 2009, o resultado mostrou dupla carga em 0,2% dos estudantes do ensino particular e em 0,4% do ensino público, independentemente de sexo. Em 2015, os estudantes da rede privada tiveram um crescimento na taxa de dupla carga para 0,3%. Já os de rede pública mantiveram o patamar de 0,4%.

Um dos motivos para que mais pobres sejam afetados pelo problema é o baixo preço de alimentos processados e ultraprocessados. A pesquisa também identificou que os filhos criados por mães que completaram a educação primária apresentam melhores índices de nutrição do que aqueles criados por mães que não encerraram esta etapa de ensino.

Causas

Apesar das diferenças socioeconômicas, os casos de dupla carga mostram que os problemas de desnutrição e obesidade são mais complexos. A ideia de que a desnutrição está associada à pobreza e a obesidade ligada à pessoas mais ricas, não é necessariamente verdadeira.

As causas para essa realidade são as mais variadas e podem estar relacionadas à falta de acesso a alimentos saudáveis, maior entrada das mulheres no mercado de trabalho, mudanças climáticas e na biodiversidade. São muitos os desafios para a diminuição dos casos de desnutrição e obesidade.

Independentemente de classes sociais, consome-se cada vez menos comidas reais, que possuem os nutrientes necessários ao corpo. Enquanto a distância para a cultura culinária local aumenta, os produtos processados e ricos emgorduras e açúcares tornam-se mais atraentes pela força do baixo preço e vasta publicidade.

Esse padrão alimentar provoca consequências graves não apenas na saúde física, mas também na saúde intelectual, no sistema imunológico, na vista e audição. Outro fator importante, mas especificamente ligado à obesidade, é o sedentarismo crescente em todo o mundo.

Soluções possíveis

Como desnutrição e obesidade começam cedo, muitas vezes ainda durante a amamentação, as soluções passam necessariamente pela mudança nos hábitos alimentares. Tornar a refeição uma atividade prazerosa e lúdica não é dos desafios mais fáceis, mas existem maneiras de incentivar as crianças a se alimentarem de frutas, verduras e legumes.

Entretanto, para além das iniciativas individuais, questões de acesso a comidas saudáveis ou industrializados acabam se tornando temas para políticas públicas. Entidades que lutam por uma dieta mais equilibrada defendem medidas como a adoção de um cardápio composto por alimentos orgânicos em escolas públicas.

Há ainda pressão sobre os órgãos governamentais para uma maior regulamentação sobre a indústria alimentícia. As entidades requisitam alterações no sistema de rotulagem visando mais transparência para que os consumidores tenham total ciência dos ingredientes que compõem os produtos.

Outro ponto atacado é a publicidade dos industrializados e a influência que a exposição dessas peças causa nas crianças. Existem também propostas para que haja uma taxação sobre os alimentos ultraprocessados para desincentivar a população a consumi-los e estimular a busca por alternativas mais saudáveis.

Iniciativa importante no combate à desnutrição e obesidade que já existe no Brasil, é a isenção da cobrança de PIS/Cofins sobre produtos da cesta básica como arroz, feijão, pão, leite e queijos, o que já ocorre desde 2004, ajudnd a promover maior segurança alimentar para a população.


Por agência digital emarket


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