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porto velho, sexta-feira 9 de maio de 2025
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou hoje que desde domingo passado 296 pessoas, das quais 71 crianças e 42 mulheres, foram mortas e outras 1.400 ficaram feridas nos bombardeamentos. Segundo a descrição feita por um médico em Ghouta Oriental, citada pela imprensa internacional, a situação que se vive naquela zona é "um massacre".
"A violência irá provavelmente causar mais sofrimento nos próximos dias e nas próximas semanas e as nossas equipas devem ser autorizadas a ir a Ghouta Oriental para prestar socorro aos feridos", afirmou Marianne Gasser, representante do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Síria.
"As equipas médicas em Ghouta Oriental não têm capacidade para tratar este grande número de feridos e não existem medicamentos e material médico suficiente na região, numa altura em que existem relatos de hospitais atingidos" pelos bombardeamentos, prosseguiu Marianne Gasser.
A representante frisou ainda que os feridos em Ghouta Oriental estão a morrer porque "simplesmente não são tratados a tempo".
Os aviões do regime de Damasco bombardearam hoje, e pelo quarto dia consecutivo, a zona de Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, perto da capital síria.
A atual ofensiva das forças do regime sírio nesta zona já começou, no entanto, a 05 de fevereiro.
Com cerca de 400 mil habitantes, o enclave rebelde está sitiado pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad desde 2013 e enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos e de medicamentos.
Em reação aos raides aéreos realizados pelas forças governamentais, os rebeldes de Ghouta Oriental têm disparado regularmente tiros de morteiro sobre Damasco.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.
Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 350.000 mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.