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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
Do "boa-noite" de 13 de março de 2013 ao pranto com as vítimas de pedofilia. Das viagens às "periferias do mundo" aos constantes apelos por acolhimento de imigrantes. Das quebras de protocolo em selfies com fieis ao sonho de construir uma igreja unida na China. Papa Francisco completa seu quinto ano como líder da Igreja Católica nesta terça-feira (13).
Apesar de ter promovido uma série de reformas nesse período, as quais geraram até desconforto com a ala mais conversadora da cúria, a fase de maior mudança ainda está por vir. Em seu primeiro discurso, logo após sua eleição, o primeiro Papa nascido na América Latina pediu que os fieis "orassem" por ele.
A frase ficou marcada na história da Igreja, que estava com a imagem abalada pela renúncia histórica e inesperada de Bento XVI. Mas logo seu valor seria compreendido. Bastou Francisco colocar em prática sua lista de reformas que as reações vieram. Primeiro, Bergoglio sinalizou a um acolhimento a divorciados, em sua exortação Amoris Laetitia, de abril de 2016.
Dois meses depois, disse que a Igreja deveria pedir desculpas aos homossexuais. "Quem somos nós para julgá-los?", questionou. Mas a maior herança do argentino Jorge Mario Bergoglio está por vir.
A nova fase, inaugurada hoje, é repleta de desafios que pode culminar com a maior reforma dentro da Igreja: uma nova Constituição apostólica, que está sendo escrita e estudada por um conselho de cardeais criado por Francisco. Além disso, Bergoglio quer conquistar os jovens, público-alvo do próximo Sínodo dos Bispos, em outubro; e o fortalecer as famílias, tema de um encontro mundial na Irlanda, em agosto.
No âmbito da política internacional, a meta de Francisco continua a mesma: a de reduzir tensões e construir pontes para o diálogo, posição que marcou profundamente os primeiros cinco anos de seu pontificado, com a intermediação dos acordos de paz na Colômbia e entre os Estados Unidos e Cuba.
Sua próxima viagem internacional, a Genebra, no dia 21 de junho, tem a paz como objetivo central. Lá, o Papa deve lançar uma grande iniciativa para o Oriente Médio, com enfoque na Síria, palco de uma guerra civil devastadora.
O Pontificado de Francisco em números:
• Francisco completa 60 meses como Papa, com 1.826 dias no trono.
• Em cinco anos, escreveu e publicou duas encíclicas: Lumen Fidei, de 29 de junho de 2013; e Laudato si, de 24 de maio de 2015.
• Foram duas as exortações apostólicas: Evangelii Gaudium, de 24 de novembro de 2013; e Amoris Laetitia, de 19 de março de 2016.
• O Papa realizou 39 viagens, sendo 17 para cidades na própria Itália e 22 ao exterior.
• O Brasil foi o primeiro país que recebeu uma visita de Francisco. Bergoglio esteve no Rio de Janeiro de 22 a 28 de junho de 2013 para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). •Os últimos países visitados por Francisco foram Chile e Peru, em janeiro de 2018.
• Durante os cinco anos de pontificado, Francisco recebeu 24 milhões de fieis no Vaticano, sendo que 6,6 milhões foram encontrar o Papa em 2013. (ANSA)