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porto velho, sábado 20 de setembro de 2025
BRASÍLIA – DF - O estado do Mato Grosso do Sul, o município de Botucatu (SP) e o de Volta Redonda (RJ) começaram a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 em idosos com 60 anos ou mais nesta semana. Já o estado de São Paulo anunciou que irá aplicar em pessoas acima de 60 anos a partir de abril.
Paralelo a isso, os estados de Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Acre avaliam também iniciar a aplicação de quarta dose.
Israel também mantém calendário vacinal da quarta dose para imunossuprimidos, profissionais da saúde e pessoas idosas.
Nos Estados Unidos, pessoas imunocomprometidas já estão aptas para receber a dose sob as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Unesp, Alexandre Naime, disse que o estudo em Botucatu começou quando houve mudança de comportamento a partir da chegada da Ômicron.
“Em meados de dezembro, quando alguns idosos, completamente vacinados, acima de 70 anos começaram a apresentar quadros moderados ou graves e passaram a necessitar de internação”, explicou.
A dose adicional do imunizante foi divulgada como medida de enfrentamento à pandemia pelo Ministério da Saúde (MS) em 20 de dezembro de 2021, que recomendou a dose extra apenas para pessoas imunossuprimidas acima dos 18 anos e à população idosa.
Segundo nota técnica da pasta, deverá ser utilizada preferencialmente a vacina da Pfizer, de plataforma de RNA mensageiro, e de maneira alternativa, poderá ser aplicado o imunizante de vetor viral, da Janssen ou AstraZeneca.
Já a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) diz que “A prioridade em termos de cobertura vacinal contra a Covid-19 é a realização do esquema básico (2 doses iniciais ou dose única), com atenção especial para dose de reforço”. De acordo com a SBI, a quarta dose vale apenas em em situações de excepcionalidade, em locais onde há alta cobertura da população adulta com três doses.
O que se sabe sobre a 4ª dose da vacina
A duração da imunidade é menor em pessoas com debilidade imunológica e, portanto, os reforços podem alongar mais a imunidade e manter um alto nível de cobertura a longo prazo nos pacientes que fazem a aplicação da vacina adicional, como explica o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Estevão Urbano, à CNN
Uma pesquisa envolvendo cientistas do Reino Unido, EUA e França indicou 40% das pessoas imunocomprometidas conseguiram gerar menos anticorpos do que pessoas saudáveis após duas doses de vacina, justificando a necessidade de reforços. Pesquisas mais robustas estão em andamento para avaliar a eficácia do reforço extra, principalmente para pessoas imunocomprometidas.
Em janeiro, um estudo israelense descobriu que a quarta dose da vacina pode aumentar o número de anticorpos em cinco vezes. O resultado foi obtido uma semana após a aplicação do imunizante.
Segundo Urbano, “a lógica é essa: para aqueles indivíduos que têm uma imunidade mais curta, se faz necessário a aplicação da dose de reforço para manter a imunidade adequada por períodos mais prolongados”, disse.
O Ministérios da Saúde no Brasil segue a recomendação do Roteiro de Priorização da Organização Mundial da Saúde que aponta a recomendação da dose de reforço apenas para os grupos prioritários, que receberam a última dose no período de quatro a seis meses.
Quarta dose para a população geral
Pesquisadores avaliam a possibilidade de aplicação da quarta dose para todas as pessoas.
Contudo, em nota informativa, o Ministério da Saúde afirma “que até o momento não existem dados suficientes no Brasil para a recomendação de uma quarta dose para a população geral, exceto imunocomprometidos.”
O texto, assinado pela Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, diz que “antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina Contra a Covid-19 (PNO), se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com a o status de vacinação (vacinados x não vacinados).”
Por telefone, a pasta informou à CNN que “o assunto segue em discussão e qualquer novidade será divulgada pela assessoria de imprensa como sempre fazemos sobre novas orientações.”
No entanto, o governador de São Paulo, João Dória, afirmou na quarta-feira (9) que o estado manterá a aplicação da quarta dose independente da recomendação do Ministério da Saúde.
“Avançando na segunda dose, nós poderemos avançar na dose de reforço, na quarta dose, seguindo uma ordem de faixa etária […] vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, disse em entrevista coletiva.
Em janeiro, o Chile começou a aplicar a quarta dose para a população acima dos 12 anos que seja imunossuprimida e deve começar a imunização extra de pessoas saudáveis, este mês.
Em Israel, o governo também estuda a aplicação do reforço na população acima de 18 anos que tenha se recuperado da Covid-19 ou que tenha recebido a terceira dose após um período de cinco meses.
O debate sobre a possibilidade de aplicação da quarta dose tem se ampliado dentro da comunidade científica — porém, ainda não há consenso sobre os reais benefícios do reforço, como explicou Estêvão Urbano.
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, disse em entrevista à CNN que “não há evidências suficientes para recomendação de recomendação de quarta dose à população saudável.”
Segundo Urbano, a dose de reforço de imunocompetentes (população geral) é um debate que está vivo, mas que precisa de estudos mais robustos para haver a indicação.
“Alguns estados já começaram a vacinar idosos e profissionais de saúde com a quarta dose, mas ainda sobre bases empíricas, sem evidências mais robustas da literatura”, pontua.
Entretanto, ele comenta que o desenrolar das discussões em relação a quarta dose em âmbito nacional, acontecerão após o esclarecimentos dos estudos. “[Hoje], são definições individuais conforme a visão das políticas públicas e o sistema de vacinação de cada estado”, diz Urbano.
Naime aponta que a o imunizante extra para a população geral não está em pauta porque não há evidências suficientes.
O Ministério da Saúde recomenda que diante de sintomas compatíveis com a Covid-19, como febre, tosse, dor de garganta ou coriza, com ou sem falta de ar, as pessoas devem buscar atendimento médico.
Confira outras orientações
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Use máscara o tempo todo
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Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo
5 de 11
Depois de usar o banheiro, limpe o vaso, mantendo a tampa fechada, higienize a pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária. Sempre lave as mãos com água e sabão
6 de 11
Separar toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos para uso exclusivo
7 de 11
O lixo produzido precisa ser separado e descartado
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Evite compartilhar sofás e cadeiras e realize limpeza e desinfecção frequente com água sanitária ou álcool 70%
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Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária