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    porto velho, sexta-feira 19 de setembro de 2025

Ações da Americanas voltam a despencar e passam por leilões após obter proteção

A empresa vive uma crise após anunciar um rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões.


g1

Publicada em: 16/01/2023 16:42:23 - Atualizado

As ações da Americanas voltaram a desabar nesta segunda-feira (16), enquanto agentes financeiros avaliavam os desdobramentos das inconsistências contábeis anunciadas na semana passada e após a empresa ter conseguido decisão liminar de proteção contra credores na última sexta-feira.

Às 15h22, os papéis tombavam 41,59%, a R$ 1,84, pior desempenho do Ibovespa, que recuava 1,85% no mesmo horário. As ações da companhia entraram em vários leilões ao longo da manhã. O leilão é um "mecanismo de defesa" que interrompe as negociações comuns para tranquilizar momentos de variação bruta de papéis na bolsa.

No setor varejista, Magazine Luiza avançava 11,08% e Via tinha alta de 13,08%.

No pregão antes do anúncio sobre os problemas fiscais, que resultaram na renúncia dos recém-empossados presidente-executivo e vice-presidente financeiro, os papéis da Americanas valiam R$ 12.

A Americanas obteve na sexta-feira decisão da Justiça protegendo-a por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter uma acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.

Eventuais alterações no balanço da varejista decorrentes do anúncio das inconsistências de R$ 20 bilhões, segundo a decisão, "poderão repercutir no grau de endividamento da empresa e no capital de giro mínimo (...) acarretando o descumprimento de cláusulas de covenants financeiros culminando no vencimento antecipado de dívidas da ordem de R$ 40 bilhões".

Para a Genial Investimentos, todos os pontos de valor da Americanas estão indo "ralo abaixo". Eles destacaram piora na alavancagem financeira, encarecimento do custo de capital, compressão de margens e dúvida sobre crescimento de receita, conforme nota a clientes.

Eles avaliam que, para ganhar liquidez, além de uma capitalização de acionistas de referência, a varejista poderá colocar à venda dois de seus ativos valiosos para a tese de investimento nas ações - sua parceria com a Vibra, Vem Conveniência, e o Hortifruti Natural da Terra.

Para a XP, a Americanas trabalhará em dois caminhos. O primeiro, a negociação de uma injeção de capital com os bancos, que eles estimam entre R$ 10,6 bilhões a R$ 20,6 bilhões.

Outra rota considerada pela XP é a organização dos documentos necessários para pedido de recuperação judicial, "o que pode ser considerada a alternativa mais provável, dado o tamanho da dívida da Americanas

As agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch cortaram na sexta-feira as notas de crédito da Americanas, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter aberto dois processos para investigar a varejista. Minoritários também denunciaram Americanas à CVM, pedindo que as apurações englobem a empresa de auditoria PwC, responsável por analisar os balanços contábeis da companhia


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