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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
PORTO VELHO, RO: A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (Semusa), através da Divisão Gestora de Educação Permanente (Dgep), realizou mais uma etapa do ‘Projeto Acolher’, uma iniciativa que busca capacitar os profissionais de saúde para oferecer um acolhimento mais qualificado à população LGBTQIAPN+. A etapa mais recente da capacitação ocorreu na Unidade de Saúde da Família, em Jaci-Paraná.
Desenvolvido em parceria com a Associação Beradeiro, o Projeto Acolher é parte da implementação da Política Nacional de Saúde da População LGBTQIAPN+. Entre os eixos de trabalho está a instrução dos servidores da saúde no atendimento a grupos em situação de vulnerabilidade, promovendo ações que objetivam evitar o preconceito e a discriminação.
A capacitação abrange diversas temáticas, incluindo a compreensão das especificidades e desafios enfrentados pela população LGBTQIAPN+, como: letramento em saúde para a compreensão das diferenças entre identidade de gênero, orientação sexual e expressão de gênero; nomenclaturas utilizadas pelo público alvo em questão e as garantias jurídicas e legais da utilização do nome social por qualquer indivíduo.
Marcuce Antônio Miranda, gerente em exercício do Dgep e presidente da Associação Beradeiro, explica que os participantes das oficinas são orientados sobre a importância de um atendimento sensível, que respeite a diversidade de identidades e orientações.
“A qualificação dos profissionais busca garantir um ambiente mais inclusivo e respeitoso, onde todos os indivíduos tenham acesso a serviços de saúde de maneira digna e sem qualquer forma de discriminação. Esse projeto é um divisor de águas, pois é um tema ainda pouco trabalhado na rede municipal de saúde. É uma quebra de estigma, paradigma e questões culturais necessárias, pois o SUS é para todos. Neste sentido, temos avançado com esse trabalho”, explica Marcuce.
A Semusa elaborou um cronograma para capacitar o maior número de servidores, garantindo que a abordagem inclusiva seja disseminada na rede municipal de saúde. Até agora, 50% das estruturas de saúde da rede municipal já foram atendidas com as ações do Projeto Acolher. Segundo o Dgpe, a primeira fase será finalizada até o final de fevereiro, quando se inicia a segunda fase, até que todas as unidades da atenção básica, urgência e emergência e atendimento especializado sejam contempladas.
Paralelamente às oficinas, uma pesquisa de mapeamento dessa população está em andamento, executada através de um trabalho integrado entre a Associação Beradeiro, Semusa e Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Rondônia (Unir). O objetivo é entender as dificuldades de acesso da população LGBTQIAPN+ aos serviços públicos de saúde.
Eliana Pasini, secretária da Semusa, aponta que “a iniciativa é parte de um esforço contínuo da gestão municipal em fortalecer a sensibilidade e o respeito no atendimento de saúde, contribuindo para a construção de uma cidade mais justa e acolhedora. A expectativa é de que, com o Projeto Acolher, a saúde pública municipal esteja mais preparada para atender a diversidade de sua população, garantindo um ambiente inclusivo para todos”.