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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Madrasta e pai são indiciados por morte de criança em poço

A polícia apurou que a suspeita também chegou a dizer ao marido que a criança tinha ido para a casa da mãe dela na cidade de Chupinguaia.


Folha do Sul Online/Via PC-RO

Publicada em: 28/02/2024 16:41:49 - Atualizado

foto gazetaderondonia

CEREJEIRAS-RO: Durante entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (28) em Vilhena, o delegado Mayckon Douglas Pereira, de Cerejeiras, responsável pela investigação de um dos crimes mais chocantes já registrados no Cone Sul de Rondônia, deu detalhes do caso, citando o nome apenas da vítima, sem identificar os outros envolvidos.

A autoridade policial falou sobre o assassinato do menino Alfredo Alves da Silva, que nem havia completado 3 anos e cujo corpo foi encontrado em uma propriedade abandonada na área rural de Cerejeiras. A crueldade usada contra a criança chocou toda a região e levou a Polícia Civil a emitir nota sobre o caso.

De acordo com o delegado, a mulher de 45 anos que foi presa logo após o cadáver ser encontrado nega ter matado o menino, que era seu enteado, mas acabou presa por ocultação de cadáver. O inquérito entregue ao Ministério Público também aponta que ela teria cometido o homicídio duplamente qualificado. A acusada teve sua prisão preventiva decretada durante a audiência de custódia.

Mayckon Pereira revelou que as buscas pelo garoto começaram após o pai dele, que é motorista de caminhão Guincho em empresa com sede em Chupinguaia (RO), chegar de viagem e não o encontrar. A madrasta disse que ele estava na casa de uma vizinha, mas ao retornar novamente de outro serviço, o caminhoneiro fez o mesmo questionamento, e a mulher disse que o enteado ainda permanecia na mesma residência próxima.

OUTRAS CONTRADIÇÕES

A polícia apurou que a suspeita também chegou a dizer ao marido que a criança tinha ido para a casa da mãe dela na cidade de Chupinguaia. Questionada pela polícia sobre a informação, esta mulher teria desmentido a filha, negado a presença do garoto em sua casa e argumentado que sequer o conhecia.

Profissionais de imprensa de Cerejeiras, ao saberem do sumiço de Alfredo chegaram a pedir a autorização da madrasta para divulgar a foto dele nas redes sociais, mas a mulher argumentou que isso já havia sido feito, portanto, não era necessária campanha virtual.

POSTAGEM DA FILHA

Durante as buscas desesperadas por Alfredo, uma filha biológica da acusada, que também mora em Cerejeiras, chegou a publicar nas redes sociais que ele havia sido encontrado. Interrogada depois, ela alegou ter feito a postagem a pedido da mãe, que não demonstrava preocupação com o desaparecimento do enteado.

PAI INDICIADO

Antes de ser indiciado por abandono de incapaz, o pai de Alfredo refez um trecho de seu depoimento à polícia, quando disse ter ido com a esposa a um mercado para fazer compras e notar a ausência do garoto apenas ao retornar. Em sua nova versão, ele acusa a esposa de tê-lo induzido a dar essa declaração falsa. O homem havia deixado os quatro filhos sob a responsabilidade da mulher com quem estava vivendo havia apenas três meses. Todas elas foram entregues a outros familiares.

CAUSA MORTIS

O delegado revelou que ainda não foi possível determinar a causa da morte da pequena vítima, e se ela já estava sem vida ao ser atirada dentro do poço. Não havia marcas no corpo, resgatado em estado de decomposição, mas novos laudos ainda não entregues revelarão se Alfredo foi ou não sufocado.

CENA COMOVENTE

Ao destampar o poço no qual o menor foi encontrado sem vida, a polícia descobriu que a água não tinha profundidade para afogá-lo, reforçando a suspeita que ele já estava inconsciente ou morto ao cair. Pelo peso da tampa de concreto, a conclusão é que um adulto teria removido o artefato, tarefa impossível para uma criança tão pequena, que estava de bruços ao ser resgatada. A estimativa é que o óbito tenha acontecido entre 03 e 10 dias antes da localização do cadáver.


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