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porto velho, quinta-feira 27 de março de 2025
ROLIM DE MOURA, RO - A Polícia Federal investiga o prefeito de Rolim de Moura, Aldair Júlio Pereira, conhecido como Aldo Júlio, por supostamente apresentar um diploma falso do ensino médio à Justiça Eleitoral. O documento teria sido utilizado durante o registro de sua candidatura à reeleição em 2024.
Caso a fraude seja confirmada, o prefeito pode perder o mandato e responder criminalmente.
A suspeita surgiu após uma denúncia feita pelo Partido Liberal (PL) durante as eleições municipais. A investigação está em sigilo, mas informações indicam que o diploma apresentado teria sido emitido pelo Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) Aída Fibiger de Oliveira, em Cacoal. No entanto, a instituição nega que o nome de Aldo Júlio conste nos registros de alunos.
A diretora da escola, na época, também declarou que a assinatura no diploma apresentado pelo prefeito não corresponde à sua verdadeira assinatura. Além disso, a perícia preliminar da Polícia Civil constatou que a assinatura foi impressa digitalmente e que o número de registro do diploma não existe nos arquivos da instituição.
Outro ponto que levantou suspeitas foi a divergência nas informações do documento. Na parte frontal, consta que o ensino médio foi concluído por exames de suplência, enquanto no verso, a informação indica que a formação ocorreu por telecursos. Além disso, em 2021, ao concorrer à prefeitura, Aldo Júlio declarou à Justiça Eleitoral ter apenas o ensino fundamental completo, mas, três anos depois, em sua candidatura à reeleição, passou a informar que possuía ensino superior incompleto.
As investigações apontam ainda que o diploma pode ter sido produzido por uma organização criminosa especializada na falsificação de certificados escolares. Um dos suspeitos de comandar o esquema já trabalhou na secretaria do CEEJA e teria utilizado seu acesso para copiar assinaturas e modelos de diplomas autênticos.
A Polícia Federal determinou a realização de exames documentoscópicos e grafotécnicos para verificar a autenticidade do documento. O advogado do prefeito afirmou que não irá se manifestar no momento, pois o caso está sob sigilo judicial, mas garantiu que prestará esclarecimentos assim que o sigilo for retirado.