Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
O jornalista Fernando Molica analisou a visita feita pela cúpula da CPI da Pandemia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo de um pedido de impeachment solicitado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo assessoria dos parlamentares, a visita foi um ato de solidariedade ao ministro. No encontro, Moraes aceitou o pedido dos senadores para compartilhar informações sobre o inquérito das fake news.
“Juntaram a fome de investigar com a vontade de punir. Aquela história do inimigo do meu inimigo é meu amigo”, avaliou Molica. “Houve essa visita de solidariedade num momento de questionamento do ministro Alexandre de Moraes, portanto, momento de questionamento do próprio STF.”
“É justo esse movimento, mas o Alexandre de Moraes tem que tomar cuidado para não cometer o mesmo pecado do ex-ministro Sergio Moro“, disse o jornalista. “Moraes é um juiz. Ele tem que manter o distanciamento entre acusação e defesa, ele não pode ser uma parte do processo.”
“As sucessivas omissões da Procuradoria-Geral da República em relação ao governo federal fizeram o Supremo se sentir obrigado a ser mais ativo, a ter mais postura que não é necessariamente a da Justiça — não chega a ser ilegal, mas é uma postura que força um caminho para o Supremo e a Justiça tomarem iniciativa de investigar o presidente da República”, completou Molica.
“Mas é preciso Alexandre de Moraes ter cuidado para não cair numa armadilha que foi preparada pelo Jair Bolsonaro. Moraes será o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ele vai presidir as eleições do ano que vem. E, se não tomar cuidado, Moraes vai dar margem para Bolsonaro, no ano que vem, alegar a suspeição dele em tudo que envolva a eleição”, concluiu.