Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL - A Justiça do Rio de Janeiro negou, na última terça-feira (28), o pedido de habeas corpus aos delegados Adriana Belém e Marcos Cipriano. A decisão é da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Os delegados foram presos na Operação Calígula, realizada no último dia 10 de maio pelo MP-RJ (Ministério Público) contra uma organização criminosa liderada pelo contraventor Rogério de Andrade voltada à exploração de jogos de azar.
O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, relator dos recursos, manifestou-se pela manutenção das prisões preventivas por entender que as decisões estão fundamentadas, sendo corretos os motivos de justificaram a imposição do encarceramento. O voto foi seguido pelo juiz designado André Ricardo de Franciscis Ramos. Ficou vencido o desembargador Siro Darlan, que votou pela revogação das prisões.
Na mesma sessão, também por maioria de votos (2 a 1), foram negados os pedidos de habeas corpus de outros sete réus denunciados no mesmo processo.
Após a operação, a 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital aceitou as denúncias do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de 15 pessoas, entre elas o contraventor Rogério Andrade, o delegado de Polícia Civil Marcos Cipriano de Oliveira Mello, e o PM reformado Ronnie Lessa — este já preso sob a acusação de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes —, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo jogos de azar.
Adriana Belém
A delegada Adriana Belém foi presa após ter sido encontrado em seu apartamento cerca de R$ 1,8 milhão em espécie, escondido no quarto do filho. Ela é acusada pelo MPRJ de fazer parte de uma rede de apoio ao bicheiro Rogério de Andrade, que teria facilitado a devolução de máquinas caça-níquéis apreendidas em uma casa de jogos clandestina em 2018.
Além do dinheiro, foi encontrado na residência de Adriana um carro avaliado em quase R$ 200 mil, dado como presente pela delegada ao filho. Segundo o MP, o veículo foi comprado por Adriana através do sobrinho Richard Henrique Belém, também denunciado por lavagem de dinheiro.
A delegada Adriana Belém foi exonerada do cargo que ocupava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. Belém recebia R$ 8.000 por mês, no cargo de assessora.
Marcos Cipriano
Na casa de Cipriano, o Gaeco encontrou a decisão que determinou a prisão dele durante as buscas na operação Calígula. Para os promotores, o caso indica que houve vazamento de informações, o que deve ser investigado.