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porto velho, quinta-feira 16 de janeiro de 2025
MUNDO: O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou nesta quarta-feira (15) que o grupo fundamentalista Hamas já tenha aceitado um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
"Ao contrário dos relatos, a organização terrorista Hamas ainda não respondeu ao acordo", disse o gabinete em comunicado.
A declaração chega logo após a emissora pública israelense Kan ter divulgado, com base em autoridade do governo, que o grupo deu "resposta positiva" e que o acordo poderia ser "assinado hoje".
Nesta terça-feira (14), diversos veículos internacionais noticiaram que um acordo de cessar-fogo estava mais próximo que nunca. O núcleo elaborador da proposta engloba autoridades do Catar, Egito e Estados Unidos, bem como de Israel e do Hamas.
A proposta apresentada a Israel e ao Hamas propõe o término do conflito, a devolução de reféns e a redução das tensões regionais em áreas como Cisjordânia, Líbano, Síria, Iêmen e Iraque.
Caso seja aprovada hoje, o primeiro passo será uma trégua de seis semanas no conflito e a libertação de 33 reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. Além disso, seria feita a retirada gradual do Exército israelense do centro de Gaza e o retorno dos palestinos deslocados ao norte do enclave.
A segunda etapa consiste na liberdade de todos os outros reféns israelenses - cerca de 98, segundo o site Axios -, um cessar-fogo permanente e a saída completa dos soldados de Israel.
Entretanto, o fim do conflito armado em Gaza não significa a paz total no território. Isso porque já há um desacordo entre autoridades palestinas e israelenses sobre quem deve exercer o comando do território após a guerra.
De um lado, Israel rejeita qualquer envolvimento do Hamas, que comandava Gaza antes da guerra, mas ainda se opõe ao governo da Autoridade Palestina, o órgão criado pelos acordos de paz provisórios de Oslo há 30 anos e que comanda a região da Cisjordânia.
Do outro, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, afirma que a Autoridade Palestina deve governar Gaza após a guerra. A ideia foi defendida nesta terça pelo chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.