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porto velho, domingo 4 de maio de 2025
MUNDO: O imunologista Jacob Glanville deparou-se com reportagens em 2017 sobre um homem que havia se injetado centenas de vezes com o veneno de algumas das cobras mais mortais do mundo, incluindo naja, mamba e cascavel — e permitiu ser mordido.
“As notícias eram meio sensacionalistas. “Cara maluco é mordido por cobras””, disse Glanville. “Mas quando olhei, percebi que havia um diamente bruto ali.”
A joia de Glanville era Tim Friede, um especialista autodidata em serpentes baseado na Califórnia que se expôs ao veneno de cobras ao longo de quase 18 anos, efetivamente ganhando imunidade a várias neurotoxinas.
“Tivemos essa conversa. E eu disse, sei que é estranho, mas estou muito interessado em examinar um pouco do seu sangue”, relembrou Glanville. “E ele respondeu: “Finalmente, estava esperando por essa ligação.”
A dupla concordou em trabalhar junto, e Friede doou uma amostra de 40 mililitros de sangue para Glanville e seus colegas. Oito anos depois, Glanville e Peter Kwong, professor Richard J. Stock de ciências médicas da Faculdade de Médicos e Cirurgiões Vagelos da Universidade Columbia, publicaram detalhes de um soro antiofídico que pode proteger contra mordidas de 19 espécies de cobras venenosas — pelo menos em camundongos — baseado em anticorpos do sangue de Friede e um medicamento bloqueador de veneno.