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porto velho, sexta-feira 5 de dezembro de 2025

MUNDO: O presidente russo Vladimir Putin ordenou o ataque com o agente nervoso Novichok ao agente duplo russo Sergei Skripal em 2018, em uma demonstração "imprudente" de poder que levou à morte de uma mulher inocente, segundo a conclusão de um inquérito público do Reino Unido divulgada nesta quinta-feira (4).
Skripal foi encontrado com sua filha Yulia inconsciente em um banco público na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, em março de 2018, depois que Novichok foi aplicado à maçaneta da porta da frente de sua casa.
Cerca de quatro meses depois, uma mãe de três filhos, Dawn Sturgess, de 44 anos, morreu por exposição ao veneno após seu parceiro encontrar uma garrafa de perfume falsificada que espiões russos haviam usado para contrabandear o agente nervoso militar para o país.
Os Skripals e um policial que foi à casa de Skripal ficaram gravemente doentes com seus efeitos, mas se recuperaram.
Em suas conclusões, o presidente, ex-juiz da Suprema Corte do Reino Unido, Anthony Hughes, disse ter certeza de que uma equipe de oficiais de inteligência militar da GRU havia tentado assassinar Skripal, que vendeu segredos russos para a Reino Unido e se mudou para lá após uma troca de espiões em 2010.
"Concluí que a operação para assassinar Sergei Skripal deve ter sido autorizada ao mais alto nível, pelo presidente Putin", disse Hughes em seu relatório.
"A evidência de que este foi um ataque do Estado russo é esmagadora."
A Rússia sempre negou qualquer envolvimento, lançando as acusações como propaganda anti-russa.
A embaixada russa em Londres não respondeu imediatamente a um pedido de posicionamento.
Hughes disse que os dois russos que aplicaram Novichok na porta de Skripal descartaram a garrafa contendo o veneno sem qualquer consideração ao perigo que representava para pessoas inocentes.
A investigação foi informada que o frasco de perfume contaminado continha veneno suficiente para matar milhares de pessoas.
Essas ações "surpreendentemente imprudentes" significaram que os aspirantes a assassinos, seus superiores da GRU e aqueles que autorizaram o ataque, até o próprio Putin, tinham responsabilidade moral pela morte de Sturgess, disse Hughes.