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porto velho, segunda-feira 23 de dezembro de 2024
VENEZUELA - A crise na Venezuela ganhou um novo capítulo na manhã desta terça-feira (30). Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autoprocalamado presidente interino da Venezuela, afirmou que um grupo de militares estaria ao seu lado, apoiando a deposição de Nicolás Maduro da presidência do país.
O clima no país agora é de tensão e expectativa, já que Maduro ainda não apareceu para repercutir os acontecimentos dessa terça em público. Há relatos de tiros, tumultos e bombas de gás lacrimogênio na capital Caracas.
Guaidó também chamou o povo para ir às ruas “recuperar a liberdade”. “Povo da Venezuela, começou o início do fim da usurpação. Neste momento estou com as principais unidades militares das nossas Forças Armadas para começar a fase final da Operação Liberdade“, disse em tuíte.
“As Forças Armadas nacionais tomaram a decisão correta e têm o apoio do povo venezuelano, respeitando nossa constituição, com a garantia de que estarão do lado certo da história”, completou o oposicionista.
Governo de Maduro acusa Guaidó de Golpe
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, disse rejeitar o que chamou de “tentativa de golpe” por parte de Guaidó e que o político está tentando colocar o país em uma situação de violência. Ainda segundo o governo, o grupo de militares que apoia o político é pequeno.
Nas redes sociais, Nicolás Maduro compartilhou uma mensagem do presidente da Bolívia, Evo Morales, que citava “tentativa de golpe”.
A manhã vem sendo de tumultos na capital, Caracas. Desde o anúncio de Guaidó e a convocação popular, manifestantes a favor e contra o governo entraram em confronto.
Tiros e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas contra a multidão, que se reúne nos arredores de uma base militar. Há, ainda, relatos de que os serviços de telefonia e internet foram cortados no país.
Repercussão internacional
A tentativa de derrubada de Nicolás Maduro que está em curso no país é monitorada pela comunidade internacional.
O governo do Brasil convocou uma reunião de emergência sobre a crise na Venezuela e os Estados Unidos disseram que estão atentos aos desdobramentos desse novo capítulo. A Organização dos Estados Americanos (OEA) se manifestou em apoio aos militares que desertaram para o lado do líder da oposição.
A Espanha se posicionou contra a investida de Guaidó com o grupo de militares e o México disse estar preocupado e temendo “uma escalada na violência e derramamento de sangue”. Pediu, ainda, que as partes se comprometam a uma solução pacífica e democrática.