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porto velho, sábado 28 de dezembro de 2024
Pelo menos 50 pessoas morreram, e cerca de 210 ficaram feridas, em um tumulto registrado nesta terça-feira (7) em Kerman, ao sudeste do Irã, durante o funeral do general Qassem Soleimani. A informação foi confirmada à TV estatal do país pelo chefe do Serviço Nacional de Urgências iraniano, Pir Hossein Koulivand.
O centro de Kerman, cidade natal do oficial, foi invadido por uma maré humana semelhante à que varreu no domingo e na segunda-feira Teerã e outras cidades por onde os caixões do general e de seus companheiros de armas passaram.
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Devido à mortes desta terça, o enterro do general — previsto para ocorrer durante a tarde — foi adiado, segundo a agência ISNA. A nova data não foi informada.
Chefe da Força Al-Quds, uma unidade de elite encarregada das operações externas da Guarda Revolucionária, Soleimani era o arquiteto da estratégia do Irã no Oriente Médio. Ele foi morto em um ataque de drone americano em frente ao aeroporto de Bagdá, no Iraque, na última sexta-feira.
Saiba quem era o general Qassem Soleimani
Elevado postumamente ao posto de general de corpo do Exército, patente inutilizada há anos no Irã, o oficial é amplamente considerado em seu país como um herói pela luta travada contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria. Aos olhos dos iranianos, isso permitiu que sua nação multiétnica evitasse a desintegração ocorrida no Iraque, na Síria, ou no Afeganistão.
Tensão no Oriente
Desde a morte de Soleimani, a comunidade internacional teme uma nova grande explosão no Oriente Médio. Enquanto os principais líderes civis, religiosos e militares iranianos se revezam para anunciar uma terrível vingança, os pedidos de "desescalada" aumentam em todo mundo.
Nesse clima hipertensivo, após meses de pressão entre Washington e Teerã, em um cenário de escalada militar no Golfo e tensões em torno da questão nuclear iraniana, os Estados Unidos criaram confusão na segunda-feira (6) ao transmitir por engano às autoridades iraquianas uma carta anunciando os preparativos para a retirada de seus soldados do país.
A carta se referia a uma votação realizada no domingo no parlamento do Iraque. Nela, exigia-se do governo que expulsasse as tropas estrangeiras, depois do ataque que matou o general Soleimani. Em entrevista coletiva, o secretário americano da Defesa, Mark Esper, garantiu que "nenhuma decisão foi tomada para deixar o Iraque. Ponto".