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Saiba como o governador de NY foi de 'herói' a 'vilão' na pandemia

Agora, até mesmo políticos de seu partido pedem que ele deixe o cargo.


uol

Publicada em: 13/03/2021 17:25:24 - Atualizado

Em março do ano passado, quando o Estado de Nova York era o principal epicentro da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos, o governador Andrew Cuomo se tornou uma espécie de herói nacional.

Enquanto o então presidente Donald Trump minimizava os riscos da Covid-19, Cuomo, um democrata em seu terceiro mandato, apresentava uma imagem oposta, de liderança, transparência e empatia.

Seus briefings diários, com explicações detalhadas sobre a resposta à crise, eram transmitidos ao vivo pela TV e acompanhados por milhões de pessoas e chegaram a ganhar um prêmio Emmy.

Durante meses, o desempenho do governador foi exaltado pela imprensa, que brincava com a popularidade de Cuomo em artigos com títulos como "Por que todos nós temos um crush por Andrew Cuomo neste momento" ou "socorro, acho que estou apaixonada por Andrew Cuomo".

À medida que a pandemia avançava, seus índices de aprovação chegaram ao ponto mais alto desde que assumiu o governo, em 2011. O governador até publicou um livro sobre como Nova York enfrentou o coronavírus sob sua liderança.

Em meio às primárias que decidiriam quem seria o democrata a concorrer à Presidência, muitos questionavam se Cuomo não seria um candidato melhor do que Joe Biden para enfrentar Trump nas urnas.

"Em meio à crise do coronavírus, ele se tornou uma figura nacional. Sua popularidade e aprovação dispararam. Ele se tornou o anti-Trump", diz à BBC News Brasil o cientista político Harvey Schantz, professor da Universidade Estadual de Nova York (SUNY) em Plattsburgh.

Mas, nas últimas semanas, sua imagem sofreu um baque, com acusações de que ele escondeu o número real de mortes por Covid-19 em lares de idosos e alegações de assédio sexual.

Cuomo agora aguarda o resultado de investigações sobre sua conduta e enfrenta pressões até de políticos de seu próprio partido para que deixe o poder.

Na sexta-feira (12), políticos importantes do Partido Democrata, como os senadores Chuck Schumer e Kirsten Gillibrand e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, pediram a renúncia imediata de Cuomo.


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