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porto velho, sábado 12 de julho de 2025
PORTO VELHO, RO - O Ministério Público do Estado de
Rondônia, por meio do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (GAECO), com o apoio da Polícia Civil, deflagrou na manhã
desta quinta-feira, 10 de setembro de 2020, a Operação Iniquitate referente a
apuração da prática de
locupletamento ilícito de agentes públicos e entidade sem fins lucrativos no
uso de espaço público.
Os ilícitos se perpetraram através das cobranças indevidas de valores a
ambulantes para que pudessem trabalhar no evento denominado Dia do Evangélico
realizado em 18 de junho de 2019 e eventos comemorativos e religiosos ocorridos
em anos anteriores, ou seja, exigência de vantagem indevida para uso de espaço público. Ainda restou
demonstrado indícios de desvio e malversação dos valores destinados por emendas parlamentares à Associação Acreditar que realizava os referidos eventos.
A investigação iniciou a partir de denúncia dos mencionados trabalhadores autônomos de que estariam sendo extorquidos ao pagamento de valores em dinheiro por pessoas ligadas a um parlamentar estadual. Apura-se, outrossim, o fato de que a citada associação é integrada por servidores e pessoas ligadas a um parlamentar Estadual que destina as emendas parlamentares para execução dos projetos sociais para essa entidade. Busca-se, ainda, apurar sobre o efetivo funcionamento da Associação Acreditar, bem como do seu atrelamento a pessoa de um parlamentar.
Dentre outras irregularidades, destaca-se, ainda, o fato de
que a mencionada associação foi selecionada para
atividades fomentadas com recursos públicos, em tese, alheias à sua
capacidade técnica, levando-se em consideração às exigências previstas no
respectivo edital. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências e locais de trabalho
dos envolvidos, na sede de referida Associação e na Assembleia Legislativa de Rondônia, especificamente no
Gabinete de um Deputado Estadual.
Há indícios da prática dos crimes de concussão, corrupção passiva, falsidade ideológica, lavagem de capitais e associação criminosa. Em relação ao nome da operação, “Iniquitate”, de origem do latim, indica a ação ou o que se mostra contrária a moral, à religião e à lei.
Assim, a atuação dos investigados ao
não cumprirem a lei e aproveitando-se da realização de um evento ligado a comemoração de uma data religiosa
agiam sob o manto da aparência da retidão dos valores cristãos, implementando, na
verdade, condutas espúrias e ilegais.