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    porto velho, quarta-feira 18 de setembro de 2024

Piloto e copiloto de avião interceptado com 662 kg de cocaína são condenados por tráfico

Magistrado ainda os condenou por atentado contra a segurança do transporte aéreo. Segundo denúncia, aeronave saiu de Cuiabá, passou na Bolívia e foi interceptada em Jussara, Goiás.


G1

Publicada em: 19/01/2018 14:54:14 - Atualizado


O piloto da aeronave interceptada com 662 kg de cocaína em Goiás, Apoena Índio do Brasil Siqueira Rocha, e o co-piloto, Fabiano Júnior da Silva Tomé, foram condenados por tráfico internacional de drogas e atentado contra a segurança do transporte aéreo. A Justiça Federal determinou também que eles sigam presos.

O G1 entrou em escritório com o advogado dos réus, Emerson Vita, e aguarda um retorno sobre a condenação dos clientes.

As sentenças são assinadas pelo juiz Manoel Pedro Martins de Castro Filho, que acatou os pedidos do Ministério Público Federal. O magistrado condenou no último dia 12 de janeiro o piloto, que está preso em Goiás, a cumprir 18 anos, 10 meses e 12 dias de reclusão e 1.282 dias-multa.

Já a sentença do copiloto, que está detido em Rondônia, foi expedida na terça-feira (16). O juiz o condenou a 20 anos, 9 meses e 22 dias de prisão e 1.476 dias-multa. Além disso, foi decretado que os bens apreendidos em poder dos condenados sejam destinados à União.

Interceptação

A aeronave, matrícula PT-IIJ, foi interceptada em 25 de junho de 2017 na zona rural de Jussara, que fica a cerca de 225 km de Goiânia, no noroeste do estado. Na época, a Polícia Federal informou que havia repassado informações sobre o carregamento de cocaína à Força Aérea Brasileira (FAB), que enviou um avião para fazer o acompanhamento da aeronave.

A aeronave militar ordenou que o bimotor mudasse a rota e pousasse no Aeródromo de Aragarças, em Goiás. Inicialmente, o piloto obedeceu às ordens, mas ao invés de pousar, desviou o curso.

Com isso, o avião da FAB "executou um tiro de aviso" para fazer a aeronave cumprir as ordens. O órgão esclareceu que o disparo não atingiu nenhuma parte do bimotor. A aeronave então pousou na zona rural de Jussara. Na aterrissagem, a asa da aeronave e a cauda ficaram danificadas.

A aeronave militar ordenou que o bimotor mudasse a rota e pousasse no Aeródromo de Aragarças, em Goiás. Inicialmente, o piloto obedeceu às ordens, mas ao invés de pousar, desviou o curso.

Com isso, o avião da FAB "executou um tiro de aviso" para fazer a aeronave cumprir as ordens. O órgão esclareceu que o disparo não atingiu nenhuma parte do bimotor. A aeronave então pousou na zona rural de Jussara. Na aterrissagem, a asa da aeronave e a cauda ficaram danificadas.

Em depoimento à PF e em audiência de custódia, o piloto da aeronave informou que receberia R$ 90 mil pelo transporte da droga. O detido disse ainda que relatou plano de voo falso à FAB, informando que estava fazendo um treinamento saindo de Cuiabá para a Fazenda Tucunaré. O condutor também admitiu à corporação que mentiu sobre plano de voo da volta ao Brasil, ao dizer que saiu da Fazenda Itamarati Norte, arrendada pela Amaggi, empresa da família do ministro da Agricultura Blairo Maggi, no Mato Grosso.

Apesar de afirmar aos policiais que tinha saído da Bolívia, o homem voltou atrás e negou ao juíz que tinha ido ao país vizinho. "Eu jamais arriscaria passar por uma fronteira, com meu código ainda, tanto que fiz questão de realizar o plano de voo pra não oferecer risco nenhum”, disse.

O magistrado não acreditou na nova versão do condenado: "As declarações prestadas em juízo se mostraram infundadas, irreais e em nada colaboram para o esclarecimento dos fatos. Por outro lado, a prova testemunhal não deixou qualquer dúvida acerca da materialidade e autoria do tráfico internacional de entorpecentes, restando clara a atuação livre e consciente do acusado para a consecução do crime."



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