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porto velho, quarta-feira 14 de maio de 2025
O caso da confusão em um bar de Sorocaba (SP) que acabou com a prisão de Cristian Cravinhos, no dia 18 de abril, foi denunciado à Justiça nesta semana. O processo, que corre na 2ª Vara Criminal da cidade, teve o inquérito concluído. A Polícia Civil indiciou Cristian pelos crimes de corrupção ativa e posse ilegal de munição de uso restrito.
Agora, o caso será analisado pela juíza Margarete Pelizzari, após ser enviado pelo promotor Carlos Alberto Scaranci Fernandes. Ao G1, o advogado de Cristian afirmou que está preparando a defesa ao processo.
Cravinhos foi detido após tentar subornar policiais militares que foram acionados para atender uma ocorrência de agressão contra uma mulher, que seria ex-companheira dele.
Cristian já responde pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, crime pelo qual foi condenado a 38 anos de prisão. Desde agosto do ano passado, ele cumpria a pena em regime aberto, mas após a prisão em Sorocaba retornou à penitenciária 2 de Tremembé.
Cristian Cravinhos foi preso na madrugada do dia 18 de abril após ser denunciado por agredir uma mulher, apontada como sua ex, na porta de um bar em Sorocaba. A mulher não registrou queixa de agressão.
Segundo os policiais que foram acionados para atender a ocorrência, ao ser abordado, Cristian se apresentou como "um dos irmãos Cravinhos”. Ao saber que seria levado para a delegacia, ele teria oferecido R$ 1 mil aos PMs e dito que o irmão, Daniel, viajaria de São Paulo para entregar mais R$ 2 mil.
De acordo com um dos policais que atendeu a ocorrência, Cristian também cogitou vender a moto para dividir o valor com os oficiais. Uma pessoa que estava no bar, e pediu para não ser identificada, conta que viu as agressões de Cravinhos.
"Eles começaram a discutir e ele agrediu ela, deu um soco no rosto dela, puxou pelo cabelo, jogou ela de volta no carro e continuou agredindo. Aí todo mundo se meteu, segurou ele, falou que ia ligar para a polícia."
Na época do assassinato do casal von Richthofen, em 2002, o irmão de Cristian, Daniel Cravinhos, era namorado de Suzane. O trio planejou e assassinou Manfred e Marísia Richthofen na casa da família, na zona sul de São Paulo. Os pais de Suzane eram contra o namoro da filha com Daniel.
Suzane von Richthofen e os irmãos Cravinhos foram submetidos a júri popular em 2006. Cristian foi condenado a 38 anos e seis meses em regime fechado, mas deixou a penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), em agosto de 2017, após ser autorizado pela Justiça a cumprir o restante de sua pena em regime aberto. A decisão foi da Vara de Execuções Criminais de Taubaté.
Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado, mas também conseguiu o mesmo benefício em janeiro deste ano, quando deixou a penitenciária em Tremembé para cumprir o restante da pena em liberdade.
Namorada de Daniel na época do crime, Suzane von Richthofen também foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão, além de multa.
Em janeiro deste ano, ela obteve parecer favorável para cumprir o restante da pena em liberdade, assim como os irmãos Cravinhos. A defesa dela pleiteia o regime aberto desde junho do ano passado. Não há prazo para julgamento na Justiça, mas o documento deve embasar a decisão sobre o pedido.