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    porto velho, terça-feira 17 de junho de 2025

Às lágrimas, deputada estadual de SP denuncia racismo em plenário; veja o vídeo

"Eu não gostaria de estar chorando aqui agora", desabafou Thainara Faria, parlamentar da Alesp, nesta sexta-feira (31)


cnn

Publicada em: 31/03/2023 17:43:02 - Atualizado


A deputada estadual Thainara Faria (PT) disse ter sido vítima de racismo, nesta sexta-feira (31), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A parlamentar denunciou o caso em plenário. Em nota, o presidente da Alesp, André do Prado (PL), solidarizou-se com a colega e disse ter tomado providências sobre o assunto.

De acordo com a deputada, após participar da entrega do “Prêmio Theodosina Rosário Ribeiro”, proposto pela deputada Leci Brandão (PCdoB), uma servidora tentou impedir que ela assinasse a lista de presença de deputados.

“Eu passei três horas numa solenidade belíssima da deputada Leci Brandão, sentada aqui, com a placa escrita ‘deputada Thainara Faria’. Quando eu desci da mesa e fui assinar os livros, a servidora falou: ‘não, esses livros são só para os deputados’. Eu mostrei o bottom para ela, assinei o livro, e fui dar entrevista para a TV Alesp. Quando eu virei para dar entrevista para a TV Alesp, eu que tenho o tato, o olfato e a audição muito apurados, ouvi ela reclamando para outra servidora: ‘é difícil'”, iniciou o relato.

Veja o vídeo:

“Dei entrevista, voltei, e falei para ela: é difícil todos os dias nesta Casa ser confudida”, acrescentou.

A deputada disse que se desdobrou para estar com identificação especialmente no dia de hoje, por estar de tranças. “Hoje, por estar de trança, e por ter esquecido o meu bottom na minha casa, eu pedi para que minhas assessoras pedissem outro bottom para que eu não fosse confundida. Negaram o bottom primeiro e disseram ‘não, a deputada já tem. Nós temos poucos bottons de deputada, porque tem muita deputada agora’. Mesmo assim, deram o bottom”, contou em plenário.

Ela afirmou que relatou esse incoveniente à servidora. “Nós procuramos vocês hoje para que fosse garantido meu bottom para que eu não precisasse passar racismo e vocês negaram esse bottom. Porque não estão acostumados com uma mulher preta, jovem, de 28 anos, circulando por essa casa. E eu sabia que por estar de trança eu seria confundida, eu queria evitar esse tipo de situação”, disse à ela.

“Eu não gostaria de estar chorando aqui agora, mas a questão é que dói muito. Toda hora sofrer racismo. Quando não dói, ele mata, gente. E eu não quero que mais ninguém passe por isso”, continuou o desabafo em plenário.


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